ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 25.06.1997.
Aos vinte e cinco dias do mês de junho do ano de mil novecentos e
noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt,
Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib,
Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum,
Pedro Américo Leal, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Antônio Losada, Carlos Garcia, Clênia Maranhão,
Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Luiz
Braz, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Qüinquagésima Terceira
Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador
Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 122/97 (Processo nº 1990/97); pela
Vereadora Anamaria Negroni, 01 Pedido de Providências, a Indicação nº 73/97
(Processo nº 1958/97) e o Pedido de Informações nº 105/97 (Processo nº
1949/97); pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 02 Pedidos de Providências; pelo
Vereador Isaac Ainhorn, 02 Pedidos de Providências e a Indicação nº 74/97
(Processo nº 1979/97); pelo Vereador João Dib, as Emendas nºs 01 e 02 do
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 114/97 (Processo nº
1836/97); pela Vereadora Tereza Franco, 02 Pedidos de Providências e a
Indicação nº 72/97 (Processo nº 1957/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs
284, 285, 286 e 287/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 31/97, do
Senhor José Clóvis de Azevedo, Representante Titular das Associações dos
Municípios da Grande Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos - GRANPAL/AMVS;
109/97, do Senhor Anayrto Ramon Delatorre, Presidente do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA; 303/97, da Diretoria da Federação
dos Bancários/RS; 480/97, do Senhor Quintiliano Machado Vieira, Deputado
Estadual/RS; s/nº, do Senhor Günter Staub, Secretário de Estado do Turismo/RS;
s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense
de Telecomunicações - CRT; s/nº, do Senhor Oswaldo Carlos Van Leeuwen,
Presidente da Associação dos Jornais do Interior - ADJORI; s/nº, do Senhor
Álvaro Pedro da Silva, Presidente do Conselho Deliberativo da Aliança
Umbandista e Africanista do Estado/RS; Fax do Juiz Vilson Antonio Rodrigues
Bilhalva, Presidente do Tribunal Regional
do Trabalho da
4ª Região; Convites: do Coronel José
Dilamar Vieira da Luz, Comandante-Geral da Brigada Militar,
para o lançamento do Laboratório Operacional de Bombeiros do Estado/RS e
assinatura de Termos de Cooperação Técnica entre a Brigada Militar e entidades
que atuam nas áreas de prevenção, combate a
incêndio e primeiros socorros, realizados em dezenove de junho do
corrente; do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB e do Conselho
Municipal de Acesso à
Terra e Habitação - COMATHAB, para o painel
"Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente e Exclusão Social" - evento
preparatório da 1ª Conferência Municipal de Habitação, realizado em dezessete
de junho do corrente; do Frigorífico Comabem, para o Encontro Gastronômico do
Charque, realizado em dezessete de junho do corrente; do Deputado José Otávio
Germano, Secretário de Estado dos Transportes/RS, para a solenidade de posse do
Senhor Marino Andrade no cargo de Diretor do Porto de Porto Alegre, realizada
em dezoito de junho do corrente; do Senhor Nestor João Biehl, Presidente do
Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias,
Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande do Sul - SESCON/RS, para o
jantar comemorativo ao décimo aniversário da Entidade, realizado em dezesseis
de junho do corrente; da Federação das Associações de Municipários do Rio
Grande do Sul - FAMURS, para a solenidade de transmissão de cargo da Diretoria
da Entidade, realizada em dezenove de junho do corrente. A seguir, o Senhor Presidente
registrou o transcurso, hoje, do aniversário do Vereador Cyro Martini,
convidando a Vereadora Tereza Franco para, da tribuna, cantar a música
"Parabéns a você", alusivo à data. Após, em TRIBUNA POPULAR, o Senhor
Presidente concedeu a palavra à Professora Vera Lia Fortini Cavalheiro,
Presidenta do Clube Soroptimista Internacional de Porto Alegre/RS, que
registrou a passagem do quadragésimo aniversário de atuação dessa Entidade na
Capital, discorrendo a respeito das atividades por ela realizadas e ressaltando
seu caráter comunitário e seu objetivo de continuar atuando nas áreas da
educação, meio ambiente, saúde e direitos humanos. Em continuidade, o Senhor
Presidente registrou as presenças do Senhor José Amaro Cavalheiro e das
Senhoras Teresinha Cavalcanti, Marília Beatriz Cibilis Becker, Vera Cabral,
Anízi Frankenberg e Hebe Tourinho e concedeu a palavra ao Vereador Pedro
Américo Leal que, em nome da Casa, saudou as visitantes. Também os Vereadores
Cláudio Sebenelo e Isaac Ainhorn manifestaram-se em saudação ao Clube
Soroptimista Internacional de Porto Alegre/RS. Às quatorze horas e quarenta e
cinco minutos os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo
retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência
de "quorum". A seguir, nos termos da alínea "f" do § 1º do
artigo 94 do Regimento, o Senhor Presidente concedeu Tempo Especial à Vereadora
Maria do Rosário, que fez um relato sobre a participação de Sua Excelência,
representando esta Casa, na II Conferência Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, realizada na cidade de Cruz Alta/RS, e na II Conferência
Municipal para a Infância e a Adolescência, realizada em Porto Alegre. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 61/94, 99 e 117/97; o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 114/97, discutido pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell, José Valdir e Pedro
Ruas; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97; em 2ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 21/94; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 112/97 e o Projeto de Resolução nº 20/97. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Tereza Franco ressaltou a necessidade do cadastro, pela
Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio - SMIC, dos camelôs que
atuam em Porto Alegre, a fim de que a situação desses trabalhadores seja
regularizada o mais brevemente possível. A Vereadora Anamaria Negroni discorreu
sobre laudo lavrado pela Secretaria Municipal de Obras e Viação, onde é
determinada a interdição do Teatro de Câmara em vista do "péssimo
estado" da instalação elétrica do mesmo, criticando a Secretaria Municipal
da Cultura por não cumprir tal determinação e solicitando o comparecimento, na
Casa, da Secretária Margarete Costa Moraes, a fim de prestar esclarecimentos
sobre o assunto. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento de autoria do
Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Gilberto Batista, informando ainda que Sua Excelência
integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Às quinze horas e
quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezesseis horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de
"quorum". Em Votação, foram apreciadas as Emendas destacadas do
Projeto de Lei do Executivo nº 18/97, dando continuidade à votação iniciada
durante a Qüinquagésima Terceira Sessão Ordinária. Foi aprovada a Emenda nº 01,
após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Luiz Braz, João Dib, Maria do
Rosário e Reginaldo Pujol. Foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, por
vinte e quatro votos SIM e três votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores João Dib, Renato Guimarães e Luiz Braz, sendo submetida à votação
nominal por solicitação do Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio
Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio
Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini,
Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann,
Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e
Gilberto Batista e votado Não os Vereadores Luiz Braz, Sônia Santos e Tereza
Franco, tendo apresentado Declaração de Voto a Vereadora Anamaria Negroni.
Foram aprovadas as Emendas nºs 02, 03 e 04, por quinze votos SIM e doze votos
NÃO, após serem encaminhadas à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos
Garcia, João Dib, Cláudio Sebenelo
e Reginaldo Pujol,
sendo submetido à votação nominal
por solicitação do Vereador Guilherme Barbosa, tendo votado Sim os
Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Lauro Hagemann,
Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e
Gilberto Batista e votado Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro
Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini,
João Motta, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Paulo Brum e Renato Guimarães.
Foram rejeitadas as Emendas nºs 10 e 11, por onze votos SIM e dezesseis votos
NÃO, sendo submetidas à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis
Ilgenfritz , tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco e votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cyro Martini, Décio
Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José
Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato
Guimarães e Gilberto Batista. Foi rejeitada a Emenda nº 23, por onze votos SIM,
quinze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores
Renato Guimarães, Cláudio Sebenelo, Carlos Garcia, Luiz Braz e Reginaldo Pujol,
sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis
Ilgenfritz, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos
Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Gilberto Batista, votado
Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren,
Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo
Brum e Renato Guimarães e optado pela Abstenção a Vereadora Sônia Santos. Foi
rejeitada a Emenda nº 24, por treze votos SIM, quatorze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO,
após ser encaminhada à votação pelo Vereador Renato Guimarães, sendo submetida
à verificação de votação simbólica por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn,
após ter sido aprovada em sua primeira votação, tendo votado Sim os Vereadores
Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando
Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum e Renato Guimarães e
optado pela Abstenção o Vereador Luiz Braz. Foram aprovadas as Emendas nºs 26,
esta após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Gerson Almeida e Reginaldo
Pujol, e 29. Foi rejeitada a Emenda nº 31, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores Gerson Almeida e Cláudio Sebenelo.
Foi aprovada a Emenda nº 33, por dezesseis votos
SIM e treze votos NÃO, esta submetida à verificação de votação
simbólica por solicitação do Vereador Gerson Almeida, após ter sido também
aprovada em sua primeira votação, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria
Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e
Gilberto Batista e votado Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro
Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini,
João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e
Renato Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 40, por dezesseis votos SIM e treze
votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib e Adeli
Sell, sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib,
tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João
Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães. Foi rejeitada a
Emenda nº 41, tendo o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores
Maria do Rosário, Renato Guimarães e Pedro Ruas, informado que essa Emenda não
estava prejudicada pela aprovação da Emenda nº 77. Foi aprovada a Emenda nº 42,
por dezessete votos SIM e treze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores João Carlos Nedel, Renato Guimarães e Reginaldo Pujol, sendo
submetida à votação nominal por solicitação do Vereador João Carlos Nedel,
tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João
Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson
Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães. Foi rejeitada a
Subemenda nº 01 à Emenda nº 47, por treze votos SIM e dezessete votos NÃO, após
ser encaminhada à votação pelos Vereadores Renato Guimarães, Luiz Braz, Clênia
Maranhão e Carlos Garcia, sendo submetida à votação nominal por solicitação do
Vereador Fernando Záchia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio
Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do
Rosário e Renato Guimarães e votado Não os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia,
Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João
Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e
Gilberto Batista. Foi aprovada a Emenda nº 63, por dezesseis votos SIM e doze
votos NÃO, sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador
Cláudio Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João
Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 64, por
vinte e quatro votos SIM e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelo
Vereador Gerson Almeida, sendo submetida à votação nominal por solicitação do
Vereador Gerson Almeida, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Anamaria
Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos
Nedel, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Maria do Rosário Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e optado pela
Abstenção os Vereadores Guilherme Barbosa e João Dib. Foi aprovada a Emenda nº
65. Foi rejeitada a Emenda nº 66, por treze votos SIM e quatorze votos NÃO,
após ser encaminhada à votação pelo Vereador Adeli Sell, sendo submetida à
votação nominal por solicitação do Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os
Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e votado
Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren,
Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João
Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e Renato
Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 68. Foi aprovada Emenda nº 73, por quatorze
votos SIM e treze votos NÃO, tendo votado o Senhor Presidente, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia e Cláudio
Sebenelo, sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador Gerson
Almeida, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e votado Não os Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães. Na oportunidade, por solicitação
do Vereador José Valdir, foi efetuada a leitura do nome dos Vereadores que
votaram Sim e Não no referente à Emenda nº 73. Foi aprovada a Emenda nº 74, por
treze votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação
pelos Vereadores Adeli Sell e Carlos Garcia, sendo submetida à votação nominal
por solicitação do Vereador Carlos Garcia, tendo votado Sim os Vereadores
Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando
Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, votado Não os
Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa e Lauro Hagemann e optado pela
Abstenção o Vereador Elói Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 75, por treze
votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores
Adeli Sell, Carlos Garcia, Fernando Záchia, João Dib, Isaac Ainhorn e Cláudio
Sebenelo, sendo submetida à votação nominal por solicitação do Vereador Isaac
Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos
Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza
Franco e Gilberto Batista e votado Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio
Corbellini, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário e
Renato Guimarães. Durante as votações referentes ao Projeto de Lei do Executivo
nº 18/97, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, o Senhor
Presidente declarou que a Emenda nº 39 e a Subemenda nº 01 a esta Emenda
estavam prejudicadas face à aprovação da Emenda nº 76, e, ainda, convidou a
todos para reunião da Mesa com Lideranças a ocorrer amanhã, às dez horas e
trinta minutos. Também, os trabalhos estiveram suspensos das vinte horas e três
minutos às vinte horas e trinta e dois minutos, nos termos regimentais. Às
vinte e uma horas e dezessete minutos, constatada a inexistência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol, Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Carlos
Garcia e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Carlos
Garcia. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Vera. Tereza
Franco está convocada pela Mesa para comandar um processo de parabenização ao
Ver. Cyro Martini, que hoje aniversaria.
A SRA. TEREZA
FRANCO: Com
muita honra, eu, Vice-Líder da minha Bancada e em nome de todos os colegas
Vereadores, quero homenagear o aniversariante do dia com esta pequena voz.
(Canta “Parabéns a Você”.) Viva o aniversariante! (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE:
Passamos à
A Sra. Vera Lia Fortini
Cavalheiro, Presidente do Clube Soroptimista Internacional de Porto Alegre/RS,
está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. VERA
LIA CAVALHEIRO: Boa tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, autoridades, soroptimistas
e convidados. Nós estamos aqui para, juntos, comemorarmos os 40 anos do Clube
Soroptimista Internacional de Porto Alegre. Estamos aqui para lembrarmos
aquelas que fundaram o nosso Clube; para homenagearmos as ex-Presidentes e as
nossas associadas, que são a razão de ser do Clube; para dizermos aos nossos
representantes, os Srs. Vereadores, dos nossos objetivos e nossos trabalhos;
para contarmos à comunidade o que somos.
Nosso “slogan”: “Mulheres soroptimistas fazendo a diferença”.
Sabemos que muitos dos
Senhores sabem e, inclusive, participam do nosso clube. O significado de
soroptimista é o seguinte: sóror=irmã; optimista=melhor. Somos, então, as
melhores irmãs. Somos uma organização não-governamental de trabalho voluntário.
Desde 1921, quando a soroptimista foi fundada, em Oakland, nos Estados Unidos,
as soroptimistas têm se preocupado em aumentar a qualidade de vida dentro de
suas comunidades, melhorando o status das mulheres e encorajando ações entre as
nações.
As atividades soroptimistas
são mais essenciais agora do que anteriormente devido à necessidade do serviço
comunitário, devido ao aumento de números de
indivíduos e grupos atingidos economicamente.
Somos 115.500 mulheres
pertencentes a 3.040 clubes, em 112 países, divididos por federações. A
Federação das Américas, da Europa, da Grã-Bretanha, da Irlanda e do Pacífico
Sudeste.
O Clube de Porto Alegre é da
Região Brasil, que está na Federação Soroptimista Internacional das Américas.
No Brasil, temos 35 clubes soroptimistas. Somos a maior organização feminina
internacional, organização essa de serviço. Somos órgão consultivo da ONU, UNESCO,
UNICEF, UNIFEM, FAO e outros. Somos uma organização de serviço diversificada,
cujos membros são mulheres executivas e profissionais. Temos o compromisso de
lealdade ao soroptimismo e aos ideais que representam, ou seja, sinceridade na
amizade, alegria na realização, dignidade de servir, integridade profissional e
amor à pátria. Empregamos os nossos melhores esforços no sentido de promover,
manter e defender esses ideais para a maior harmonia do lar, na sociedade, no
trabalho e por Deus.
Os nossos objetivos
são: manter elevadas as normas éticas
nos negócios, na profissão e nos demais aspectos da vida; lutar pelos direitos
humanos de todos os povos e, principalmente, pela melhoria da situação da
mulher; desenvolver o espírito de amizade e unidade entre as soroptimistas de
todo o mundo; estimular o espírito de serviço e compreensão humana; contribuir
para o entendimento internacional e a amizade universal.
Trabalho: trabalhamos
voluntariamente de acordo com as necessidades da comunidade, dentro dos nossos
programas de serviço, que são o desenvolvimento econômico e social. Eu aqui vou
pinçar algumas coisas que o Clube Soroptimista Internacional de Porto Alegre
realiza: patrocinamos fóruns sobre carreira, programas de treinamento pessoal e
fazemos, também, fóruns com candidatos políticos. Quando chega a época de
eleição, nós convidamos políticos de diversas facções. Já tivemos uma época em
que estiveram o candidato Celso Bernardi e o Olívio Dutra, quer dizer, procuramos não ser político-partidárias.
Educação: nosso trabalho é
mais dirigido a uma escola estadual, que se chama Profª. Marina Martins de
Souza, que fica depois do Morro da Cruz. A Profª. Marina Martins de Souza foi
uma soroptimista, e a escola tem esse nome devido a uma reivindicação nossa. Lá
nós ajudamos tanto na aquisição de panelas, para fazer a merenda escolar, como
também doamos aparelhos de TV e de videocassete, que depois foram roubados.
Fazemos palestras sobre saúde, meio ambiente, ajudamos com livros na
biblioteca. Fizemos uma campanha para adquirir dicionários, compramos vários
deles, fizemos concursos literários. Ou seja: é o local onde mais atuamos, na
educação. Nós também ajudamos o Pão dos Pobres de Santo Antônio. Essa é uma
atitude mais da Presidência, que é muito devota de Santo Antônio. Agora, eles
têm um conjunto e querem violões. Então, nós estamos numa campanha para
adquiri-los para aquelas crianças.
Meio ambiente: dentro desse
setor, familiarizar o clube com a “Agenda 21”, documento da ONU, de junho de
1992. Nós até estivemos na ECO-92, no Rio de Janeiro. Essa “Agenda 21” foi
editada pelo Clube Soroptimista de Santos, que nos enviou vários volumes, os
quais distribuímos aqui em Porto Alegre, em escolas, e no Rio Grande do Sul, em jardins botânicos. Incentivar e
plantar árvores: está aqui a nossa coordenadora do meio ambiente, a Terezinha
Cavalcanti. Patrocinar um projeto sobre a conservação da água: este é o ano em que se está chamando a atenção
sobre a água. Então, nós fizemos um “folder”, que estamos distribuindo, sobre
como economizar e utilizar melhor a água. Conscientizar a separação do lixo
seco através de palestras; também doar lixo seco. Saúde: alianças locais, como
com o Instituto da Mama e com a Semana do Aleitamento. Conferências,
principalmente com a nossa coordenadora regional da área de saúde, Dra. Hebe
Tourinho, que não está aqui e que tem um trabalho maravilhoso nessa área. Ela
vai às vilas, fala para as mães, para as crianças. O trabalho de saúde dela foi
escolhido como o melhor trabalho de saúde da Região Brasil e será apresentado
amanhã, dia 23, no Congresso Soroptimista em Chicago. Vamos torcer para que a
Dra. Hebe tire o primeiro lugar. Vai ser uma honra para o nosso Clube, uma
honra para o nosso País. Levantamento
de dados sobre as condições de saúde: todos esses são projetos da Dra. Hebe.
Direitos humanos, “status” da mulher: nós fazemos, nesse setor, parceria. O
termo “parceria” está moderno. Com muita honra, participamos do Fórum Municipal
da Mulher - somos suplente desse fórum e a Dra. Hebe Tourinho é a nossa representante.
Nós fazemos parceria com a Associação Brasileira das Mulheres de Carreira
Jurídica, com o Jus Mulher. Participamos da fundação da Federação das
Associações Femininas. Em nossa parceria com o Tribunal Regional Eleitoral, na
época das eleições, nós fomos às vilas com uma urna eletrônica e treinamos as
pessoas. Elis Regina, Érico Veríssimo eram candidatos fictícios, mas nós
fizemos um intenso treinamento, junto com o Tribunal, nas vilas carentes.
Compreensão e boa vontade internacional. Eu estou pinçando algumas das
atividades do nosso clube, porque o Clube Soroptimista Internacional tem um
plano enorme. Dentro da “compreensão e
boa vontade internacional”, nós entramos numa Rede Latino-americana para a Democracia.
Nós inscrevemos o nosso clube no ano passado e tivemos a satisfação de ser
selecionadas - de todo o Brasil, foram poucos os clubes selecionados. O Clube
Soroptimista de Porto Alegre foi selecionado. Participamos da reunião em Buenos
Aires e em São Paulo no ano passado e, neste ano, em Buenos Aires novamente.
Então, estamos fazendo uma
parceria com os companheiros das Américas, com a consciência argentina, com o
poder cidadão da Argentina, formando a rede latino-americana para a democracia.
Queremos formar fóruns de participação cidadã. Inclusive, temos questionários
sobre os quais queremos fazer um livro e promover a participação das pessoas
nesse fórum. Fizemos uma carta e recebemos um auxílio - porque o nosso Clube
não tem dinheiro, como quase todas as ONGs -, um pequeno auxílio da ONU, o que
nos gratificou muito, porque eles não dão dinheiro assim no mais. Quer dizer
que o nosso projeto foi aceito e considerado importante. Também recebemos
visitantes de fora. No ano passado, recebemos a delegação de mulheres da China,
junto com a Assembléia Legislativa e Prefeitura Municipal.
Estamos abertos para mais
parcerias, se solicitadas ou não solicitadas. Trabalhamos onde há necessidade,
de acordo com nossas condições.
Homenageamos nossas
ex-Presidentes e associadas, que é a razão de ser do Clube Soroptimista de
Porto Alegre. O Clube não existe sem sócias. Um clube se faz respeitado pelos
seus membros, na doação espontânea, na participação. No trabalho voluntário nos
firmamos, crescemos e estamos aqui. Unidas e fortes continuaremos nossa jornada
com nosso trabalho, com nossas festivas reuniões mensais, com nossas homenagens
anuais.
Anualmente, nós homenageamos
na comunidade as pessoas que mais se destacaram. No ano passado, homenageamos o
Banrisul, dentro do Projeto Lixo Seco.
Nas reuniões festivas,
sempre temos um palestrante. Neste ano, o primeiro foi o Secretário de Saúde e
Meio Ambiente, Dep. Germano Bonow.
Nós queremos homenagear as
nossas ex-Presidentes, que dirigiram o nosso Clube durante esses 40 anos,
reconhecendo a sua atuação. As nossas ex-Presidentes que sacrificaram a
família, o espaço físico e afetivo em suas casas - porque não temos sede -,
suas horas de trabalho e lazer. Cito entre as ex-Presidentes, em especial, a
Dra. Beti, que foi a nossa primeira fundadora, a Dra. Ecilda, a Dra. Hebe e a
Dra. Rita. A Dra. Hebe Tourinho, que chegou agora, foi a que eu falei aos
Senhores que teve seu projeto premiado na Região Brasil e está concorrendo,
amanhã, em Chicago, para o prêmio internacional.
Nós queremos lembrar aquelas
que fundaram o soroptimismo há 40 anos, jovens corajosas que tiveram o auxílio
do Dr. João Borges Fortes, o primeiro homem soroptimista, e o ex-Governador
Alceu Collares, que é o único homem soroptimista, junto com o Dr. João, porque
nos deu reconhecimento de utilidade pública.
Para comemorar os 40 anos,
onde melhor? Na Tribuna Popular da Câmara de Vereadores, na Casa dos nossos
mais diretos representantes. Lembrar que estamos junto com os Senhores para
continuarmos trabalhando para a comunidade. Podem contar conosco.
Agradecemos a oportunidade,
enfatizando que estamos juntos no trabalho com a comunidade, na
conscientização, na defesa e ação, invocando a Deus que nos abençoe e que Santo
Antônio nos proteja. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Presidência gostaria de esclarecer aos nossos ilustres participantes de
hoje da Tribuna Popular que, de fato, nós sempre prevenimos que há um
determinado tempo, que é regimental, e por isso somos obrigados a avisar a
pessoa que está fazendo o pronunciamento.
Queríamos, também, dizer que
é muito importante para nós recebermos, além da Professora Vera Lia Cavalheiro,
que é Presidente, seu marido, José Amaro Cavalheiro, nosso amigo, também a Sra.
Teresinha Cavalcanti, Sra. Marília Beatriz Cibilis, Sra. Vera Cabral, Sra. Anízi Frankenberg e a Sra. Hebe
Tourinho. A Mesa fez uma discussão com as mulheres Vereadoras e elas, por
unanimidade, entenderam que podíamos, pelo que fiquei sabendo, indicar um homem
Vereador, quem sabe o próximo homem soroptimista, para fazer o discurso em
nosso nome, se assim concordarem os demais Vereadores.
Gostaríamos de colocar a
nossa palavra na eloqüência do Ver. Pedro Américo Leal, que fala em nome de
todos Vereadores.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Ao registrar essa magnífica exposição da Vera Cavalheiro, queria também
registrar a presença da minha professora de Pediatria, Dra. Hebe Tourinho.
O SR. ISAAC
AINHORN: Há
certas homenagens que todos gostaríamos de prestar, mas como V.Exa. resolveu
designar, com o respaldo de toda a Casa,
o nome de Pedro Américo Leal para falar, saudando a Presidente do Clube
Soroptimista e as demais integrantes dessa instituição, evidentemente que quero
declarar que fico com uma pontinha de inveja, que é natural, de não ter sido
eu, mas não tem melhor do que o Ver. Pedro Américo Leal.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para falar em nome de todos os
Vereadores.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Vera Lia Fortini Cavalheiro e suas companheiras da
Diretoria. Eu recebo da Câmara, neste momento, a difícil missão de representar
as mulheres. Eu, que sou um sujeito tão desajeitado, represento as mulheres
Vereadoras, que pediram também ao Presidente que eu falasse por elas, e falo
também em nome dos outros Vereadores. Mas o que dizer, a não ser realçar esse
trabalho da mulher que, longe de ser secundário, é um trabalho adicional? A
mulher adiciona a tudo que faz alguma coisa a mais. É difícil aliar,
abstrair-se o sentimento feminino de servir. A mulher quer dizer “servir”. Nós
até já nos acostumamos com isso. É que a mulher, sobretudo, cumpre, dentro de
sua trajetória de vida, uma missão simples, quase divina, de hospedeira. A
mulher é sumamente hospedeira. Ela carrega a vida, um novo ser. É o receptáculo
do existir, pois nela se gera a criatura que está por vir, através de longos e
intermináveis meses, que nenhum homem toleraria. Enquanto o homem observa,
espreita aquilo que faz, ele não transporta: contempla, segue numa situação
quase de expectativa. Há um cantar de Roberto Carlos que diz mais ou menos
assim: “Eu vi uma mulher preparando uma pessoa”. Parece-me que é isso. A frase
é essa, ou o sentido é esse. O ser que se forma naquele ventre, através dos
tempos! Por isso, ela é tenaz, modesta, sublime. Acostumada a sofrer na doação,
prossegue calada, suportando a dor muito mais do que o homem, não com bravatas
- com coragem e doação. A mulher não tem bravatas, é silenciosa.
Lá pelos idos da depressão
mundial, entre suicídios e desesperos, uma mulher da Califórnia, Adelaide
Goddard, teve um lampejo. A época não era para lampejos, nem tampouco para
arrebates - 1920, 1921. Planejou uma fundação que formasse lideranças só de
mulheres para o exercício da cidadania, um clube de mulheres com a missão de
promover através de cursos, palestras, auxiliando estudantes com bolsas,
distribuindo material escolar, promovendo bibliotecas comunitárias. Na época
era uma verdadeira petulância uma mulher pretender isso. Como lema, buscaram
duas palavras: “sóror”, “optmisti”, que significa “o melhor para as mulheres”.
Fiquei muito surpreendido em ver que tem outro significado também, dado pela
Vera Lia. Insistiam: “Quem não vive para servir não serve para viver”.
Há uma Gabriela Mistral em
toda esta obra. Muito embora não seja citada, eu suspeitei que existisse.
Esta associação mundial de
mulheres de negócios, de profissões liberais, seria um dos primeiros brados da
participação da mulher. Sem intenções, mas com disposição, colocaram-se ao lado
dos Rotarys Clubs e Lions Clubs, clubes de homens. De forma serena, sem
alardes, peculiar à mulher, assim como ela é, o movimento teria como finalidade
a alegria de realizar, de impor dignidade ao trabalho, integridade profissional
no realizar, seriedade nas amizades. Involucrando tudo isso, o amor à Pátria.
Tentavam, assim, sair do anonimato, de forma espontânea, rejeitando a omissão
de uma sociedade que se pronunciava, naqueles anos, carente de iniciativas.
Tomar posição, estar
presente, não ser omisso.
Em seu livro
“Caleidoscópio”, o grande Stefan Zweig, grande romancista, conta uma passagem,
e como caracteriza essa passagem, esse momento de não ser omisso, que o marcou
pessoalmente. Lamentava arrependido o grande Stefan Zweig - que se suicidou,
aqui no Brasil, se não me engano -, como rapaz, o sufocamento de uma vontade.
Conta o escritor que, ao
subir um andar no seu colégio para falar com o diretor, vislumbrou um colega,
um rapaz, um judeuzinho - não tem nenhuma afinidade com o Ver. Isaac Ainhorn,
mas é da história -; ele era submetido ao gelo da turma, talvez até por
carregar isso, por ser um israelita. Os dois se olharam fixamente. Stefan
Zweig, rapaz, olhou para os olhos
daquele moço que, demoradamente, interrogou-o com o olhar, e baixou o olhar
para os vidros que conduziam ao jardim. O romancista escritor hesitou, calou,
confessando que não teve coragem de contrariar os seus colegas, confessando:
“Furtei-me a evitar ser eu próprio”. O que teria acontecido se ele viesse a dar
solidariedade? O rapaz, o judeuzinho, desapareceu, suicidou-se, não mais o
encontraram depois daquela tarde. Está no livro “Caleidoscópio”. Partiu como
vivera: só. Prossegue Stefan Zweig: “Não perca a espontaneidade do momento, não
hesite em ser você mesmo; saia de si, não tome forma da coletividade”. O olhar
do rapaz perseguiria o grande romancista pelo resto de sua vida.
Estas mulheres deram um
passo à frente. Chegara o momento. É o que fazem as soroptimistas:
singelamente, criam com coragem e simplicidade de servir o que há de mais
simples e belo: o prazer de servir. A
Vera. Maria do Rosário, que representa as mulheres, pediu-me, sofregamente, que
dissesse a vocês que o Conselho Municipal do Direito da Mulher tem sido
incontestavelmente auxiliado por vocês. Vocês têm dado freqüentemente a mão a
esse Conselho. Ela me pediu que fizesse esse
agradecimento. A Câmara agradece a vocês esse auxílio e as saúda
dizendo: mulheres, adiante; venham a frente, ultrapassem-nos, se for possível.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Pedro Américo Leal falou em nome de todos nós e, em especial, das
Vereadoras Maria do Rosário, Clênia Maranhão, Tereza Franco, Anamaria Negroni,
Sônia Santos e a Maristela Maffei, que é uma Vereadora que freqüentemente
participa conosco.
Queria fazer, em nome da
Mesa, mais uma vez essa saudação, agradecendo a presença e dizendo que
estaremos nos unindo às festividades do 40º aniversário, sem mais delongas,
porque as palavras do Ver. Pedro Américo Leal foram, como sempre, muito bonitas
e de profundidade.
(Suspendem-se os trabalhos
às 14h45min.)
O SR.
PRESIDENTE (às l4h52min): Estão reabertos os trabalhos.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Requerimento): Solicito, nos termos do art. 94, Tempo Especial para manifestação de
Vereador, em função da representação que fiz, da Casa, na Conferência Municipal
dos Direitos da Criança de Porto Alegre e também na Conferência Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, de Cruz Alta. Esta Vereadora não usou o
tempo quando voltou de Cruz Alta justamente para poder usar da representação
das duas conferências que fez.
O SR.
PRESIDENTE: O
tempo está concedido. V.Exa. participou desses eventos em representação desta
Casa. É importante receber seu Relatório. Logo após, passaremos o resumo para
os Vereadores.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, solicitei tempo especial para o
Relatório das duas conferências de que participei representando a Casa. A
primeira delas foi realizada no Município de Cruz Alta, a II Conferência
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, na qual tive a oportunidade
e a honra de tratar sobre o tema da violência sexual que a nossa Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos
tem atuado permanentemente, inclusive
através da campanha pelo fim da exploração e da violência sexual contra
crianças e adolescentes. E a II Conferência Municipal para a Infância e
Adolescência, chamada primeira etapa, que aconteceu entre 19 e 20 de junho aqui
na Câmara Municipal e na Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas,
especialmente no tema para o qual fui convidada também, que é o tema “Violência
e Exploração Sexual”, que ocorreu pela tarde do dia 20 de junho. Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, esta Casa tem sido convidada inúmeras vezes,
através da nossa Comissão, para abordagem do tema da violência sexual, por conta de um trabalho que já realizamos
há mais de quatro anos, neste Plenário, com a solidariedade e o apoio de todas
as Bancadas e de todos os Vereadores e, em especial, através da Comissão de
Educação, que tive a honra de presidir na legislatura passada, e, depois, na
Comissão de Direitos Humanos.
Recebemos, em 1993, a
presença da CPI “Pelo fim da exploração
e da violência sexual contra as
crianças e os jovens” do Congresso Nacional. A partir daí, estabelecemos uma
relação com a sociedade civil de absoluta articulação, na qual mantemos a
diretriz de reunirmos todas aquelas ações que são desenvolvidas para o bem de
crianças e jovens, articuladas no sentido do enfrentamento de problemas que são
tão difíceis e que precisam do esforço e da capacitação cada vez maior de todas
as nossas esferas de poder e não só da responsabilidade do poder público nas
diferentes esferas, mas, inclusive, da participação direta da sociedade. E este
é, nas duas conferências, o mote que me
traz e o fundamental deste
Relatório.
Na Conferência realizada em
Cruz Alta, nós pudemos identificar naquele Município a preocupação tanto com a
questão do abuso sexual e da violência doméstica contra crianças e jovens
quanto com a necessidade de estabelecimento de políticas determinadas que
promovam o apoio às famílias à luz do que prevê o próprio Estatuto da Criança e
do Adolescente, através de programas sócio-familiares, através da ação dos
Conselhos Tutelares e da ação integrada da políticas sociais. Através da
execução realizada pelos Municípios, mas integrada com o Governo do Estado e com o Governo Federal,
nós observamos a necessidade do desenvolvimento de políticas naquele Município
e conseguimos, lá, estabelecer como diretriz a questão do enfrentamento da
violência sexual, tanto no âmbito doméstico quanto daquela que ocorre na
sociedade, como uma tarefa de toda cidadania. Parece-me que este é o principal
saldo de um debate promovido em Cruz Alta, onde nós estivemos com líderes
comunitários, conselheiros tutelares, professores das escolas públicas,
médicos, enfermeiros, pessoas ligadas à saúde, de um modo geral, atuando
especialmente na prevenção, mas também no diagnóstico e no atendimento de crianças e jovens.
Não concluí e quero dizer
aos Senhores que não é do meu feitio dar um tom de discurso a esta fala, porque
estou fazendo um relatório. Portanto, talvez seja mais difícil a atenção, mas
me coloco na posição de quem faz um relatório.
A Conferência Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, ocorrida em Porto Alegre no último final
de semana, teve a sua abertura, aqui na Casa, na quinta-feira, com a palestra
do Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, educador e consultor da UNICEF. E,
durante a sexta-feira, seguiu debatendo a questão da municipalização e das
políticas públicas, debatendo balanço e perspectivas do sistema de garantia de
direitos em Porto Alegre, a questão de finanças e de fundos a partir da
Secretaria de Fazenda do Município e, também, os seguintes temas que são
orientados pelo CONANDA, que é o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do
Adolescente: a questão do ato infracional; medida sócio-educativa; violência e
exploração sexual, prevenção e erradicação do trabalho infantil; orçamento
público e fundos e conselhos tutelares; da punição à prevenção, além de, ao
final dos trabalhos, ter determinado
um documento com propostas dos grupos e
deliberações que trarão, certamente, este Conselho novamente à Casa para apresentar
essas deliberações.
Quero dizer aos Senhores
algumas preocupações que observei no decorrer da Conferência. A primeira é a da
municipalização. De um modo geral, existe uma preocupação dos agentes, das
pessoas que atuam com a proteção das crianças e dos adolescentes em Porto
Alegre, de que aqueles fundamentos apresentados pela Lei Orgânica de
Assistência Social, apresentados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que
são da municipalização dos programas, mas nunca da desobrigação das demais
esferas do Estado e da União, de que isso seja cumprido. Existe uma preocupação
muito grande para que se traga todas as responsabilidades somente para a esfera
do Município. Ao lado disso, a Conferência Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, atuando do ponto de vista da punição e prevenção das medidas
sócio-educativas, da exploração sexual e do enfrentamento da questão do
orçamento público e fundos, apontou resoluções para o Município, para o Estado
e para a União, justamente na perspectiva de que nós atuemos conjuntamente
porque não podemos mais falar em atendimento social e em políticas sociais sem
que as esferas estejam articuladas, sem que todas as esferas possam atuar
conjuntamente.
Vou deixar, em seguida, para
V.Exas., como proposição as cópias que recebi, pelo menos preliminares, do
Conselho Municipal, que são aquelas medidas propostas e assumidas já como
medidas aprovadas na Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente. Quero dizer, de um modo especial, do grupo que participei na área
da violência e da exploração sexual, que ficou clara a necessidade de que seja
criado um local apropriado para atendimento às vítimas de abuso e violência
sexual; também a questão da necessidade da criação de pensão protegida para
mães adolescentes e filhos, para que não haja separação das mães adolescentes
dos seus filhos; a criação de vagas nos hospitais pediátricos para o caso de
violência sexual; a garantia de alas específicas para crianças e adolescentes
em hospitais psiquiátricos; a formação de equipes especializadas no atendimento
integral à família com problemas de abuso sexual. Sempre a preocupação de que,
além do atendimento à criança, o abusador também venha a ser atendido, na
medida em que ele, mais cedo ou mais tarde, terá novamente relação com essa
família.
Quero dizer que, de todas
essas proposições em nível de Município, em nível de Estado e em nível de
União, está claro que Porto Alegre tem um forte movimento pelos direitos das
crianças e dos adolescentes e que esta Câmara Municipal precisa em todos os
momentos ouvir, como tem feito a sociedade, as proposições, aprovando aquelas
que tenham cunho de construção dentro destes movimentos dos quais participam
centenas de entidades organizadas no fórum municipal; de entidades
não-governamentais de direitos da criança e do adolescente, mas que também
participam através do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente; e de entidades, como a própria Sociedade de Pediatria, de outras
entidades de várias naturezas, como o próprios Conselhos Tutelares. Conselhos
Tutelares que, inclusive, durante a Conferência, foram questionados sobre as
políticas e os programas de atendimento, e que nós, também, teremos brevemente
a responsabilidade de estudar a legislação que deverá amparar as eleições
próximas dos Conselhos Tutelares, com a responsabilidade redobrada pelo
significado que tem este organismo para Porto Alegre.
Portanto, quero, Sr.
Presidente, dizer da minha honra de representar a Casa, nestes momentos da luta
pelos direitos da criança e do adolescente de Porto Alegre e do Rio Grande do
Sul e dizer que somente o trabalho conjunto, e, sem dúvida, a definição da
criança e do adolescente como prioridade em todas as esferas, desde as
políticas orçamentárias até o atendimento, é o que pode nos garantir um maior
respaldo na sociedade e o atendimento dos desejos da nossa cidadania. Muito
obrigada, Srs. Vereadores.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Barbosa): Passamos ao período de
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 1031/94 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/94, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que dispõe
sobre a criação de Comitês de Defesa da Criança e do Adolescente contra a
Agressão e Maus Tratos (CODAMA) nas escolas da rede municipal de ensino de
Porto Alegre.
PROC. 1836 - SUBSTITUTIVO Nº
01, de
autoria do Ver. Fernando Záchia, ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 114/97, de autoria do Ver. Elói Guimarães,
que dá nova redação ao artigo 2º, da lei nº 7958, de 08 de janeiro de 1997, que
dispõe sobre o reajuste de tarifa do transporte coletivo e da outras providências.
Urgência.
PROC. 1878/97 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que autoriza o
Executivo Municipal a implantar faixa de segurança, semáforo e sonorizador em
frente ao portão de acesso às escolas do Município de Porto Alegre.
PROC. 1945/97 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENAR DO LEGISLATIVO Nº 014/97, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que
disciplina o Uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e
dá outras providências.
PROC. 1574/97 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/97, de autoria do Ver. Luiz Braz, que declara de
utilidade pública a Associação Cultural Beneficente Cônego Antônio das Mercês
(ASBECAM).
2ª SESSÃO
PROC. 0660/94 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/94, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que fixa
horário para atendimento ao público nas agências bancárias do Município de
Porto Alegre.
3ª SESSÃO
PROC. 1816/97 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui
linhas especiais de serviço de lotação, com terminais no Bairro Restinga e
Parque dos Maias, e dá outras
providências.
PROC. 1930/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 020/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei Municipal nº 5626, de 18 de setembro de 1985, que estabelece gratificação especial por atividade insalubre aos funcionários detentores de cargos da classe de Mimeografista, atual classe de Oficial de Reprografia, na Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Eu jamais vou me cansar de gritar, de clamar
contra a omissão do Executivo Municipal no caso do transporte público de Porto
Alegre. Não vou jamais entender, porque vivi todos os momentos possíveis e
imagináveis do transporte público de Porto Alegre, que aquele que tem a
responsabilidade a transfira. Foi o que fez S. Exa. o Prefeito Raul Jorge
Anglada Pont. Transferiu a sua responsabilidade para a Câmara Municipal. E
disse que assessorava a Câmara Municipal. E é uma péssima assessoria. Nós temos
na Pauta um Substitutivo do Ver. Fernando Záchia e o Ver. Elói Guimarães, digno
e douto Presidente da Comissão de Justiça desta Casa, diz que não é um
Substitutivo, mas é um Substitutivo, sem dúvida nenhuma. Esse Substitutivo
busca um paliativo, uma solução paliativa para um problema que o Executivo
Municipal se negou a enfrentar. É um problema para o qual o Executivo Municipal
deu como solução aos rodoviários: façam greve. E até quando fizeram uma barraca
na frente da Prefeitura do Sr. Raul Jorge Anglada Pont, ele mandou tirar,
diferente dos tempos do autoritarismo, que volta e meia são citados aqui.
Quando os municipários solicitavam - e a quem desejasse - era dado o microfone,
o alto-falante, as escadarias e as condições para que pudesse o povo se
manifestar. E hoje que tem a Tribuna Popular, que pode ser usada na frente da
Prefeitura, duas vezes por mês, às quintas-feiras. A Prefeitura manda retirar
os municipários e os rodoviários.
O Sr. Adeli
Sell:
V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de saber: com base
no que V. Exa. pode afirmar que o Prefeito mandou tirar os rodoviários e os
municipários de lá? Passo lá e vejo que eles continuam lá. Ontem, estive com o
Prefeito e ele me afirmou que não havia nenhuma ação da Prefeitura para tirar
ninguém, porque é até um direito das pessoas, de ir e vir.
O SR. JOÃO
DIB: O
direito de ir e vir, sem dúvida nenhuma, Vereador, mas não o direito de acampar
na frente da Prefeitura. Eu daria razão até ao Prefeito se fosse apenas olhar a
lei estritamente como lei, mas, quando há em jogo alguma coisa mais do que
simples lei, uma autorização desse tipo deve ter espontaneidade. Agora a SMAM
não só deu prazo para se defenderem, e receberam notificação, como também foram
notificados por colocarem uma faixa amarrada em duas árvores. A SMAM, aquela
mesma que invadiu de forma inusitada a área cercada do Sport Club
Internacional. Mas, de qualquer forma, é preciso que se atente para um problema
sério: esta Cidade pode viver, a
qualquer momento, uma greve dos rodoviários na busca de uma solução para aquilo
que justamente pleiteiam no seu dissídio coletivo. Talvez o Substitutivo do
Ver. Luiz Fernando Záchia, se correr Pauta de forma normal, não possa ser
votado na segunda-feira, mas esta Casa deve-se preocupar com o problema já que
o Prefeito não o fez. Deve-se ter uma preocupação muito séria com a
possibilidade de os motoristas e cobradores, os rodoviários em geral, pararem
de oferecer o seu trabalho à coletividade porto-alegrense. É o único serviço
público que não encontra substitutivo. O DMAE pode deixar faltar água por um
dia, dois dias, três dia em algumas zonas e sempre se encontra uma solução; a
energia elétrica falta em várias zonas da Cidade o dia todo; telefone falta em
várias zonas na Cidade o dia todo e tudo funciona bem. Agora, quando não
há transporte coletivo, a situação na
Cidade complica.
Acho que temos uma
responsabilidade e talvez seja o caso de uma Sessão Extraordinária para correr
Pauta desse Substitutivo do Ver. Luiz Fernando Záchia. Depois o Executivo
Municipal que tome uma dose de responsabilidade e consolide toda essa
legislação que está em torno do transporte público para que se tenha uma
maneira racional e digna de conduzir o problema. Devo dizer a V.Exa. que tarifa
não se fixa por lei. Sou grato, Srs. Vereadores. Saúde e paz. Tarifa não se fixa por lei.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Vera. Tereza Franco está com a palavra em tempo de Liderança.
A SRA. TEREZA
FRANCO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Estou ocupando esta tribuna hoje por uma batalha
que já vem de anos, que é a batalha dos camelôs. Somos cientes de que uma irregularidade não pode ser perpétua, mas
também sabemos que não podemos negar oportunidade às pessoas de sobreviverem,
as que se encontram na miséria e passam fome. Nós queremos que a SMIC cadastre
esses autônomos e permita que exerçam o seu trabalho com dignidade e respeito.
O problema está criado e deve ser resolvido e não escondido, com tranqüilidade,
pouco caso, como se os únicos culpados fossem os governos federal e estadual;
deve o Poder Municipal zelar pelo bem-estar de seu povo. Se não fizermos isso,
não há razão para uma Administração Popular.
Como Vice-Líder da Comissão
de Direitos Humanos, eu peço ajuda à Presidente da Comissão, Vera. Maria do
Rosário, no sentido de buscar solução para esses camelôs que levam uma vida
anormal. Peço ajuda também a todos os Vereadores, porque com todas as velas
acesas a chama é maior, há mais luz. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra em Comunicação de Liderança.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ocupo a tribuna para apresentar uma
grave denúncia de responsabilidade civil. Para tanto, porto documentos que
considero da mais alta importância e que denunciam um gravíssimo caso de
irresponsabilidade da Administração Municipal, irresponsabilidade que se torna
criminosa ao verificarmos que a denúncia envolve a segurança principalmente de
crianças.
Tenho em mãos cópia do
ofício 734 de 97, datado de 12 de maio de 97, assinado pelo Engenheiro Estilac
Xavier, Secretário Municipal de Obras e Viação, endereçado à Srª Margarete
Moraes, Secretária Municipal da Cultura. No referido ofício, é solicitada a
interdição imediata do prédio do Teatro de Câmara, localizado na Rua da
República nº 575, devido a graves problemas elétricos de risco nas instalações.
Acompanha o ofício o Laudo de Inspeção assinado pelo Engenheiro Elétrico Heitor
Rocha de Bittencourt, do Escritório Municipal de Projetos e Obras. O laudo é
datado de 6 de maio e diz que os maiores problemas detectados residem na parte
onde funcionam os banheiros, camarins, circulação e sala de espetáculos. Nesses
locais, segundo a perícia, existem dois centros de distribuição de energia em
precárias condições, funcionando totalmente em desacordo com as normas
vigentes. Os circuitos, conforme o laudo, foram criados sem quaisquer critérios
de dimensionamento, sem qualquer preocupação com a segurança, segundo prevê a
Norma NBR 5410. Prossegue o laudo: “Um centro de distribuição de energia
localizado em uma sala para a guarda de objetos apresenta visíveis sinais de
curto-circuito, fiação totalmente confusa e em precário estado de conservação,
sendo o risco ainda maior em virtude de não ter sido desativado, apesar de
curto-circuito recentemente ocorrido”.
Agora, pasmem, Srs.
Vereadores, diante desse trecho do laudo pericial da SMOV: “Outro risco que
apresenta é o de choque elétrico acidental, levando-se em consideração a
peculiaridade do prédio, com grande afluxo de crianças, o que torna a
possibilidade de acidentes muito grande”. Mas a irresponsabilidade não acaba
aí. O Engenheiro Bittencourt, em seu laudo, salienta que “das informações colhidas, apurou-se que em
dias chuvosos e úmidos ocorrem choques elétricos pelo simples contato nas
tomadas”. Esses problemas - segundo o Engenheiro - “geram grandes situações de
insegurança aos usuários, atribuindo-lhes sérios riscos de acidentes, às vezes
fatais”. Conclui o laudo do dia 06 de maio que “as instalações devem ser
totalmente desativadas e que sem correções imediatas a probabilidade de
ocorrência de acidentes é grande e totalmente imprevisível”.
Pois sabem o que fez a
Secretária da Cultura, passados 41 dias do recebimento do laudo e da ordem de
interdição do Teatro de Câmara? Absolutamente nada, isto é, mandou que a
programação continuasse. Tanto que, neste fim de semana, aconteceram
espetáculos normais da peça infantil “O fantasminha da ópera”, que tem
espetáculos programados até o dia 05 de julho, conforme documentos que tenho
comigo. E, provavelmente, na tarde chuvosa de domingo, já estivessem várias
crianças indefesas diante de um perigo anunciado, mas ignorado pela
irresponsabilidade dos administradores.
Diante de fatos tão graves e
diante de tanta irresponsabilidade que coloca em risco a vida, principalmente
de crianças, é indispensável que esta Casa tome providências urgentes, e para
tal estou solicitando a convocação da Sra. Margarete Moraes para que venha
prestar esclarecimentos a respeito do não-cumprimento de uma determinação de
interdição do Teatro de Câmara de Porto Alegre. Que seja urgente, Sr.
Presidente, antes que algo de grave aconteça.
Para concluir, pregamos que
nosso apelo feito nesta tribuna chegue à Sra. Margarete Moraes, Secretária da
Cultura, e que atenda à solicitação do Secretário da SMOV, Engº Estilac Xavier, no que tange à imediata
interdição do prédio do Teatro de Câmara. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Voltamos ao período de Pauta. O Ver.
Adeli Sell está com a palavra para discutir.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, temos alguns projetos de extrema importância na
Pauta de hoje. Um deles, que dispõe sobre o reajuste da tarifa do transporte
coletivo da Cidade, já foi aqui anteriormente abordado. É uma discussão de
extrema importância, mas não para ser colocada da forma como foi feito. Em
primeiro lugar, quero contestar a afirmação de que o Prefeito Municipal Raul
Pont, na terceira Administração Popular desta Cidade, esteja instigando a greve
dos rodoviários. Isso não condiz com a verdade. Também não condiz com a verdade
que o Poder Público Municipal se isenta das suas responsabilidades. Nós temos
dois poderes nesta Cidade - um é o Executivo, eleito nas últimas eleições de
1996, junto conosco, os Vereadores, que fomos eleitos para legislar. Há uma lei
desta Casa, do Ver. Fernando Záchia, que está em vigor. Há uma apreciação do
Poder Público, é verdade, do Executivo, mas também há de Vereadores desta Casa,
a começar pelos Vereadores Elói Guimarães e José Valdir, que têm uma proposição
de mudança desta lei. Então, não vejo da forma como vê o Ver. João Dib, como se
o Poder Público Municipal estivesse querendo se isentar desta responsabilidade.
O Sr. João
Dib: V.Exa.
me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Adeli Sell,
quando o Executivo diz que a lei foi feita na Câmara e esta tem que
consertá-la, está se omitindo, porque,
no momento em que sancionou a lei, ele assumiu a responsabilidade sobre a
lei; a ele cabe consertá-la.
O Sr. Pedro
Ruas:
V.Exa. me permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu tenho uma posição,
Ver. Adeli Sell, radicalmente contra o Projeto, mas concordo com todos os
argumentos que V.Exa. colocou na tribuna, sem exceção. Apenas deixo uma
pergunta a V.Exa. É importante que haja uma resposta, pelo menos de opinião,
não de informação. Quem deseja o aumento nas tarifas do transporte coletivo?
O SR. ADELI
SELL: Bom,
ao Ver. João Dib quero dizer que, ao dar o aval a uma lei da Câmara, portanto,
há uma questão de compartilhar responsabilidades. Isso está feito, está
assinado, está assumido. No entanto, a iniciativa de modificar uma lei está
partindo de dois Vereadores. Portanto, não vejo da forma como V.Exa. está vendo
essa questão.
Meu caro Vereador Pedro
Ruas, na situação em que se encontra o povo brasileiro, evidentemente ninguém
quer mais aumentos de tarifas, até porque há três anos os funcionários públicos
federais não recebem aumento, há dois, os estaduais, e, embora haja críticas ao
nosso Governo Municipal, de dois em dois anos nós estamos recuperando a perda
salarial em Porto Alegre. Mas há uma situação colocada: os rodoviários buscam
aumento salarial. Na verdade, mesmo modificando a lei em vigor, abrindo a
possibilidade de mais do que um reajuste por ano, nós não estamos votando
nenhum aumento. O aumento poderá ser dado pela Prefeitura Municipal, em
discussão com a representação dos donos das empresas de ônibus.
Eu quero incentivar, cada
vez mais, a que os rodoviários - motoristas, cobradores, fiscais - se organizem
mais e mais na sua entidade de classe e que façam um movimento também em
relação aos donos das empresas de ônibus, porque a categoria dos rodoviários
não pode ficar esperando, pura e simplesmente, a votação de uma lei aqui ou do
Poder Público Municipal, pois nós deveremos ter um confronto. Trata-se de uma
justa reivindicação do setor dos trabalhadores para os donos das empresas de
transporte. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra. Ausente. O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra. Ausente. O Ver. José Valdir está com a palavra.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, das muitas inverdades e confusões que se dizem a
respeito do Projeto do Ver. Elói Guimarães, secundado por mim, a respeito do
transporte coletivo, eu quero destacar dois aspectos. O primeiro é que se passa
a idéia falsa para a população de que estamos votando aqui aumento das
passagens de ônibus. Isso é absolutamente falso. Esta Câmara, volto a dizer, só
uma vez na sua história cometeu esse erro de trazer para a Câmara a fixação das
passagens de ônibus, através de uma lei de autoria do ex-Vereador Werner
Becker, posteriormente substituída por lei municipal que estabeleceu a
metodologia do cálculo da tarifa, devolvendo ao Executivo essa função Nunca mais se falou nisso e nunca mais esta
Câmara, acredito, vai cometer esse erro de avocar para si a fixação das tarifas
de ônibus porque isso é tarefa do Prefeito.
A outra inverdade que se diz
é que esta Câmara está inovando, está avocando para si uma matéria quase como
se fosse uma atitude inédita. Essa peca pela raiz. O que aconteceu? Nós tínhamos
uma lei em vigor que incorporava uma das grandes conquistas de todas aquelas
lutas do transporte coletivo que nós fizemos. Está ali o Firmo, que participou
na UAMPA, na FRACAB. Muitas vezes brigamos contra o governo do Prefeito João
Dib, à época, e de todo esse processo - saudoso Valneri Antunes! - resultou uma
grande conquista, que foi a planilha de custos. Pois bem: nós tínhamos uma lei
em vigor que estabelecia planilha de custos. O Ver. Fernando Záchia tomou
iniciativa, à época, e apresentou um projeto modificando os critérios. Fez
bailar, sumiu com a planilha de custos. Ninguém disse nada. Nós cochilamos,
inclusive eu. Ninguém reclamou que ele estava trazendo para a Câmara um assunto
que não era da Câmara, era do Prefeito. Modificou os critérios e foi um
silêncio absoluto. Agora, o Ver. Elói Guimarães e eu estamos fazendo, a pedido
do Sindicato dos Motoristas, a pedido dos trabalhadores - não vou discutir se
houve erro ou não -, a mesma coisa que o Ver. Záchia fez, só que estamos
estabelecendo outros critérios, e o principal deles é permitir que as tarifas
sejam majoradas na época do dissídio dos trabalhadores. Aí, se faz uma celeuma,
como se nós tivéssemos inventando a roda. Há pouco tempo, há alguns meses, o
Ver. Záchia fez isto: modificou a lei em vigor, cassou uma conquista, que foi a
planilha de custos, e ninguém disse nada. Silêncio sepulcral. Agora, se arma
uma celeuma e por quê? Porque nós estamos colocando dois freios e não dois
gatilhos. Gatilho é para disparar. Só se pode pensar em solicitar aumento, e
quem vai decidir é o Prefeito, em duas situações: quando do dissídio da
categoria ou quando a inflação acumulado chegar a 8%. Se o real se mantiver,
isso leva quase um ano. E se a inflação disparar? Se ela disparar, se não
conseguir mais segurar o real artificialmente, como estão segurando, aí há uma
série de coisas a serem discutidas neste País. Uma série de cálculos terão que
ser rediscutidos.
O que estamos propondo nesta
Câmara é apenas uma modificação dos critérios. Se vai ou não haver, estamos
reintroduzindo aquela grande conquista que o Ver. Záchia cassou silenciosamente
e que ninguém falou, que é a planilha
de custos, que foi uma conquista do movimento popular. A planilha de custos
estabelece a transparência e mede a inflação setorial - custo dos pneus, as
peças dos setores dos transportes -, e não IGPM, que é um índice genérico, que
vale para uma série de coisas, mas não mede a inflação setorial. Estamos
fazendo uma coisa muito simples. Não tem absolutamente nada de ineditismo.
Portanto, o que está sendo dito na imprensa presta um desserviço à população de
Porto Alegre porque está informando mal a população, inventando algumas lendas.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que temos que começar ou continuar a
repor a verdade no que tange a esse Projeto. Primeiro dado, e chamo a atenção
do Ver. José Valdir, porque ele diz que o Projeto não representa aumento. É
claro que o Projeto não diz qual é o aumento, é óbvio! O que o Projeto diz é em
que situações pode aumentar e amplia em relação a atual, que é apenas uma.
Amplia em relação ao que existe hoje. Em segundo lugar, se realmente não querem
aumento, o que eu duvido - aliás, eu tenho certeza de que não é verdade -,
deixem como está.
A população tem que saber
que, se a legislação atual for mantida, não haverá aumento em 97. Quem não quer
aumento nas tarifas do transporte coletivo mantém a legislação atual. Eu não
estou entrando em outras discussões, em interesses dos rodoviários, que são
importantes, interesses em relação a volta da metodologia. É importante. Quem
não quer aumento mantém a legislação atual, porque esta não permite aumento.
Esta permite um por ano, com base no IGPM, e não tem aumento.
O Sr. José
Valdir:
V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria que V.Exa.
respondesse se há relação entre qualidade de transporte e tarifa. E, no caso de
se manter a tarifa este ano inteiro, como é que fica a qualidade do transporte?
O SR. PEDRO
RUAS: Pode
haver relação, mas eu não tenho a resposta da qualidade, porque eu não sou o
técnico dessa área. A minha preocupação é outra. Eu me debato contra o aumento
de tarifas. Garanto que, com a legislação atual, não haverá aumento. Quem diz -
e é isso que eu quero contestar - que o Projeto não propicia aumento está
falando meia verdade, que é uma mentira inteira, porque, com essa legislação,
não tem aumento; com a outra, se for aprovada, haverá aumento de tarifa. Não se
iludam: haverá aumento de tarifa sim.
Eu não tenho conhecimento
técnico, não tenho condições para avaliar essa relação de tarifa/qualidade de
transporte; agora, foi toda a vida o argumento utilizado pela ATP com relação
aos aumentos tarifários. A ATP sempre quer aumento de tarifa, sempre! Se
colocarem R$ 1,00. eles querem 1,20; se
derem 1,20, eles querem 1,40; se derem 1,40, eles querem 1,60. Já dizia o
saudoso, o grande Ver. Valneri Antunes: “Nada satisfaz a sanha financeira dos
integrantes da ATP; não há tarifa no mundo que satisfaça a ATP”. Portanto, se
não lhes satisfaz 0,80, 0,90, 1,00, eu vou ficar com 0,60, porque 0,80, para
eles, é igual a 1,00; 1,20 é igual a 2. Para a população, 0,60 é muito - uma
população de desempregados, subempregados, que não têm salário, não têm
condições de locomoção. Como vamos julgar a capacidade de uma suposta qualidade
total do transporte coletivo? E se a população não quer qualidade? Alguém
perguntou para a população isso? Alguém perguntou se ela tem condições de pagar
essa qualidade? Eu tenho recebido várias informações de que não tem condições.
Se perguntarem com franqueza e honestidade à população se querem a qualidade ou
querem a tarifa barata, eu jogo a minha vida, apostando que eles preferem a
tarifa barata.
(Apartes anti-regimentais.)
V.Exa. quer dar aumento de
tarifa, com certeza. Já disse que eu vou morrer nessa opção. V.Exa. acha que a
população quer qualidade e digo a V.Exa.: enquanto este Vereador sentar naquela
cadeira ali, onde sentava o Ver. Valneri Antunes, não votará um único aumento
de tarifa, como o fiz durante este meu mandato e nos meus mandatos anteriores,
nem se algum dia tiver mais um. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O Ver. Antonio Hohlfeldt
solicita licença para tratar de assunto de interesse particular na data de
25.06.97.
(Obs.: Foi aprovado
Requerimento de licença do Ver. Antonio Hohlfeldt e dada posse ao Suplente,
conforme consta da Ata.)
Estão suspensos os trabalhos para reunião conjunta das Comissões.
(Suspendem-se os trabalhos
às15h44min.)
O SR.PRESIDENTE (às
l6h29min): Estão
reabertos os trabalhos.
VOTAÇÃO
PROC. 1490/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/97, que dispõe sobre o Plano
Plurianual para o quadriênio de 1998/2001 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 77 e Subemendas nº 01
à Emenda nº 01, nº 01 à Emenda nº 37, nº 01 à Emenda nº 39, nº 01 à Emenda nº
47 e nº 01 à Emenda nº 61.
Parecer
- da CEFOR. Relator Ver.
João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01, com
Subemenda nº 01, 02 a 05, 07 a 28, 31 a 36, 37, com Subemenda nº 01, 38, 39,
com Subemenda nº 01, 40 a 45, 47, com Subemenda nº 01, 48 a 61, com Subemenda
nº 01, 62 a 77, e pela rejeição das Emendas nºs 06, 29, 30 e 46.
Observações:
- "quorum" para
aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores
- Art. 53, "caput", c/c Art. 82, "caput", da LOM;
- aprovados, na Sessão
Ordinária de 23.06.97, o Projeto e as Emendas nºs 05, 07 a 09, 12 a 22, 25, 27
e 28, 32, 34 a 37, com Subemenda nº 01, 38, 43 a 45, 47, 48, a 61, com
Subemenda nº 01, 62, 67, 69 a 72, 76 e 77, restando, para apreciação, as
destacadas.
O SR.
PRESIDENTE:
Passamos à votação das Emendas destacadas do Projeto de Lei do Executivo nº
018/97.
Nós queremos informar aos
Srs. Vereadores que, conforme Requerimento aprovado na Sessão passada, será
permitido um tempo de até três minutos com, no máximo, cinco inscrições.
Em votação a Emenda nº 01,
que foi destacada.
O SR. LUIZ BRAZ: Se não me engano, essa
Emenda que o V.Exa. fala é a emenda popular. Então, é a Subemenda que foi
destacada, não a Emenda.
O SR.
PRESIDENTE: As
duas foram destacadas. A Vera. Maria do Rosário destacou a Emenda. Eu estava
presente na hora em que conseguimos prorrogar os minutos para que V.Exa.
pudesse conseguir as assinaturas. Assinamos, e a Vera. Maria do Rosário já
estava aguardando com as outras assinaturas. Foi a mesma estratégia.
O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, antes de iniciar a contagem do tempo, é impossível fazer qualquer
tipo de encaminhamento dessa forma. Temos só três minutos. (O Sr. Presidente
pede silêncio.) Faço um
questionamento à Mesa antes de iniciar o meu tempo. O autor do destaque sempre
teve tempo especial.
O SR.
PRESIDENTE:
Teremos que fazer um acordo com o Plenário. O Ver. Luiz Braz tem três minutos
para encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lá na
CEFOR, havia duas emendas sendo cotejadas: a Emenda nº 01, que era uma emenda
popular, e a Emenda nº 46, que era da Bancada do PT. As duas falavam da criação
de um programa de renda mínima, só que a emenda popular dizia “criação de um
programa de renda mínima”, que é a que aprovamos, e a Emenda nº 46, que é do
PT, dizia “estudo de viabilidade para criação de um programa de renda mínima”.
Ora, escolhemos, na CEFOR, a emenda popular, que dá a criação do programa de
renda mínima. O que aconteceu? Espertamente,
entrou uma subemenda naquela Emenda nº 01, que diz que vamos criar o
programa, mas vamos levar para os debates e não sei quando vamos criar esse
programa de renda mínima no Município. A única coisa que ouço falar é que o Município
não tem condições necessárias ou que já existem outros programas que são
melhores, dentro do Município, e que por isso não podemos aprovar a criação
desse programa de renda mínima. Para a Bancada do Governo vale tudo. Eu já
disse para aqueles que encaminharam a emenda popular que duvido que esse
programa de renda mínima seja colocado no Orçamento deste ano para ter validade
no ano que vem. Ou alguém pode dizer que vão colocar no Orçamento deste ano? É
claro que não. Querem ludibriar a opinião pública. A Senhora acha que será
colocado no ano que vem? Não vão colocar também. Sabe quando eles irão colocar?
Quando estiverem perdendo o governo. Aí vale. Aí fica para o outro governo e
depois eles vêm com esse discurso barato e demagógico que utilizam lá no
Governo do Estado e utilizam lá no Governo da União. Mas aqui não vale criar um
programa de renda mínima. E já existe uma lei aprovada por esse Plenário na
legislatura passada, que se transformou num decreto que o Ver. João Dib estava
analisando. Inclusive, a primeira impressão do Vereador era de que o decreto
era ilegal. Talvez o Ver. João Dib possa dizer isso aqui, neste Plenário, mas,
da forma como eles querem criar esse programa de renda - e diria “criar” entre
aspas -, ficar discutindo, debatendo até não sei quando, iludindo a população
como sempre fazem? Não contarão com o voto deste Vereador.
Vou votar na emenda popular porque ela cria o programa de renda
mínima, mas vou votar contra a Subemenda porque essa é um engodo. Vai jogar o
programa de renda mínima não sei para quando, e só espero que o movimento
popular cobre dessa administração que aí está, que é intitulada de
“popular”, medidas sérias e não medidas
demagógicas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Para encaminhar pelo PPB, tem a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Lei deve ser clara, precisa, concisa e
respeitada. Isso eu digo reiteradas vezes nesta tribuna, mas pela minha
experiência também sou obrigado a dizer que a lei deve ser viável, senão não
tem sentido; seria mais uma lei que se soma à quantidade imensa de leis que
existem neste País e que não resolvem nossos problemas.
A Prefeitura Municipal de
Porto Alegre tem muito dinheiro, mas não creio que a Prefeitura tenha dinheiro
para atender o que preceitua a Emenda nº 01, que é inteligente, é interessante,
que é a mesma que o Sen. Suplicy fazia e o Sen. Fernando Henrique Cardoso
aplaudia, mas agora não dá porque não tem dinheiro. Então, é melhor aprovar a
Emenda com a Subemenda porque, no mínimo, fica uma viabilidade, fica uma
oportunidade, porque o que vai se aprovar será igual ao Plano de Carreira dos
municipários, que foi aprovado várias vezes, só que não aconteceu. Então, é
melhor deixar uma oportunidade, deixar uma porta aberta, deixar uma viabilidade
do que, pura e simplesmente, colocar na lei aquilo que momentaneamente pode
contrariar o Executivo, aplaudir a iniciativa de uns. Mas lei deve ser viável
para que seja clara, precisa, concisa e respeitada. Eu vou votar pela Emenda,
que acho muito inteligente, uma preocupação muito correta, mas não vejo nela
viabilidade se não for amparada por toda a sociedade, pelo Governo Estadual e
pela União. Nenhum Município brasileiro, mesmo que seja a Prefeitura de Porto
Alegre, que tem muito dinheiro, sobra dinheiro, poderá fazer o atendimento
dessa lei, dessa proposição que aqui se faz. Portanto, a minha colocação é pela
Emenda e pela Subemenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encaminha
pelo PT a Vera. Maria do Rosário.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras que acompanham esta
Sessão. Nós estamos discutindo, aqui, uma emenda popular que tem, sem dúvida,
origem no próprio trabalho direto do atendimento da criança e do adolescente em
Porto Alegre, no movimento organizado, nas creches, mas que também tem a sua
origem, o seu desdobramento e o seu apoio na Conferência Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, que ocorreu na última 5ª e 6ª feiras. Portanto, a
nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, quer defender e dizer da
importância dessa emenda popular ser aprovada, mas dizer que fomos, sim, interlocutores e conversamos exaustivamente
com aqueles que trouxeram a esta Casa a proposta da emenda popular no sentido,
justamente, da viabilização de qualquer programa, porque não nos basta, Vera.
Anamaria Negroni, Ver. Adeli Sell, termos escrito no Plano Plurianual uma
proposta de programa de renda mínima se não tivermos o caminho para
construí-lo. E não nos basta termos escrito no papel se não entendermos o
programa de renda mínima da forma múltipla que ele tem que ser atendido,
especialmente no amparo às famílias dos
setores mais desassistidos. Portanto, para o PT é fundamental, Srs. Vereadores,
e para toda a sociedade - e por isso temos o apoio do Movimento Popular - que
aprovemos a emenda popular articulada, aprovando, em seguida, a Subemenda.
Vejam o que diz a Subemenda: a partir das ações coordenadas pela FESC, ações da
Secretaria de Indústria e Comércio, ações da
Secretaria de Educação, ações em todo o governo, mas coordenadas por
quem tem a responsabilidade da assistência social, que é a FESC, segundo lei
votada por esta Casa. Vejam o que dizem estudos e debates. Ver. Luiz Braz, como
se pode criar um programa, mesmo que não se diga isso, sem estudar e debater?
Importando outras soluções, buscando soluções aplicadas em outros lugares. A
Subemenda que discutimos com o Movimento Popular nos dá a possibilidade
concreta de vermos o nosso modo, o nosso jeito, o nosso trabalho, pelo acúmulo
que o Movimento tem em Porto Alegre, de construirmos o nosso programa de renda
mínima de acordo com as nossas possibilidades e com a nossa capacidade.
Por fim, Srs. Vereadores,
não existe, e seria demagógico pensarmos que no plano de atendimento às
famílias, crianças e adolescentes não precisamos somar esforços do Governo do
Estado, da União, do Município e da iniciativa privada. Por isso, Senhores,
aprovem a medida popular! Nós indicamos este caminho, mas aprovem, também, a
Subemenda, por coerência e porque
também tem o apoio do Movimento Popular. Muito obrigada.
(Não revisto pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Os pronunciamentos do Ver. João Dib e
da Vera. Maria do Rosário, ainda que partindo de aparentes raciocínios diversos
e diferenciados, chegam a uma posição.
A posição é de que, efetivamente, esse Projeto, o Projeto que pretende
estabelecer as diretrizes do planejamento do Município, da sua política para o
próximo quatriênio, deve enquadrar, deve receber disposições que contemplem a
criação de um programa municipal de garantia de renda mínima em Porto Alegre,
até porque, como acentuou o Ver. João Dib,
os grandes partidos nacionais
vêm sustentando esse discurso, ainda que na prática esse discurso não
tenha tido conseqüências maiores.
Aqui mesmo, em Porto Alegre,
quando da legislatura anterior, nós votamos projeto nesse sentido, que era por
alguns desacreditado e por outros até ironizado: o Projeto do Ver. Edi Morelli,
que buscava esse fato.
Não vejo razão nenhuma para
que no Plano Plurianual, que vai perdurar em Porto Alegre de 1998 até 2001, não
se tenha idéia de se criar condições teóricas para que um programa dessa
natureza possa nesse período ser institucionalizado.
Então, Sr. Presidente, acho
que a criação desse programa proposto em emenda popular não só consagra esse
momento da discussão política na Cidade, não só enseja ou objetiva a participação
popular no processo legislativo, como também permite que nós, objetivamente,
abramos a estrada onde teremos que construir um grande caminho e, no final,
haveremos de ter, com as contribuições devidas que surgirão de todos os lados,
a construção desse programa até com a participação de outros segmentos da
sociedade porto-alegrense e gaúcha, como, aliás, é previsto na Subemenda. Por
isso, Sr. Presidente, voto a Emenda e a Subemenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação a Emenda nº 01. Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em votação a Subemenda nº 01
à Emenda nº 01. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. É lamentável que todas as atitudes de um homem
público precisem ser explicadas. Sobre a proposição de um plano de renda mínima
para a população porto-alegrense, eu disse que era inteligente, tão inteligente
quanto a do Sen. Suplicy, apoiada pelo Sen. Fernando Henrique Cardoso. O Plano
Plurianual não é a solução dos problemas da Cidade de Porto Alegre.
Obrigatoriamente, não há de ser executado. Acho inteligente a Emenda com a
Subemenda, porque a Emenda é inviável. São 30 mil famílias em estado de
miserabilidade; se déssemos a cada uma delas R$ 50,00 mensais, precisaríamos de 18 milhões de reais. Será
que a Prefeitura tem isso? Como é um plano, a Subemenda deixa sempre em aberto
a discussão da medida inteligente proposta, porque, no momento em que ele
disser que é inviável, terminou a discussão. “Eu não tenho 18 milhões de reais
por ano para dar, então eu não dou.” Agora, quando no Plano diz que vai se
estudar, debater com a coletividade, com a União, com o Estado, nós temos
sempre a oportunidade de reabrir o assunto. E no momento em que nós dissermos
que tem de ser assim, ele diz: “eu não posso fazer, não faço”. É igual ao Plano
de Carreira dos municipários. É igual a tantas outras coisas que estão nos
planos plurianuais. Se vocês notaram, não há um centavo na mensagem. A mensagem
do Prefeito tem meia página. Pelo amor de Deus! Não diz nada! Mas, se quiserem
debater o problema permanentemente, tem que ser com a Subemenda, porque senão
ele vai dizer que não tem dinheiro. Então, eu tive que explicar a posição deste
Vereador, que já foi administrador e sabe as dificuldades que existem. Saúde e
paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é interessante que se esclareça aqui que a Bancada
do PT, desde que tomou ciência do protocolo da emenda popular nesta Casa,
articulou setores dos movimentos populares, dos movimentos sociais, fez o
debate dentro da Bancada do Partido a fim de construir um caminho para
viabilização dessa emenda popular. Não é verdade, Ver. Luiz Braz, que eu
pessoalmente disse a V.Exa. que a Bancada do PT era contrária à emenda popular
que viabilizava e criava o programa de renda mínima. Eu disse que, em todo o
momento, a Bancada do PT estava buscando caminhos para a viabilização dessa
emenda popular, porque, no entendimento da Bancada, da Administração Popular,
há necessidade, sim, de se fazer renda mínima. Mas tem que se discutir com a
sociedade como se viabiliza a renda mínima, porque renda mínima não vive só de
discurso, não vive só de intenção no papel. Nós sabemos disso. Nós temos um
conjunto de projetos de lei que trata sobre renda mínima, nós temos um conjunto
de boas intenções que trata sobre renda mínima, mas nós temos pouquíssimas
ações no País que viabilizam programas que atendem renda mínima. É necessário
que se diga isso.
A Subemenda que
apresentamos, na realidade, constrói caminho junto ao Executivo Municipal,
Estadual, Federal e, também, com a sociedade para viabilizar o que certamente
ninguém neste Plenário discorda: que há necessidade, sim, pelo grau de miséria
que a sociedade brasileira está atravessando, de se discutir e de se viabilizar
a renda mínima. Portanto, encaminhamos favoravelmente à Subemenda que viabiliza
a renda mínima e favoravelmente à emenda popular, que é um passo importante do
movimento social de Porto Alegre para construir a renda mínima. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Gostaria que os discursos feitos pelos petistas
no Congresso Nacional, quando se discutia o programa de renda mínima, que
diziam que a União tinha todas as condições necessárias para criar o programa,
que esses discursos fossem repetidos neste Plenário. Por que, neste Plenário,
as coisas são diferentes? Por que aqui muda tudo? Aqui tem que discutir. E eu
faço uma aposta com todos os Senhores que estão presentes: eu duvido que este
programa de renda mínima seja criado enquanto o PT estiver governando esta
Cidade. Porque eles querem apenas fazer demagogia e discursos, enganando a
população. E, infelizmente, esta
Subemenda ajuda apenas a que isto seja feito.
Eu quero que os Senhores
cobrem da Administração Popular mecanismos necessários para que este programa
de renda mínima possa ser criado. Em Campinas, por exemplo, o programa foi
implantado e 1% do Orçamento da Cidade foi suficiente para que se colocasse em
prática o programa. Por que não podemos destinar 1% do Orçamento da nossa
Cidade para que possamos começar, pelo menos, a criação do programa da renda
mínima? Mas o PT não quer criar, ele quer discurso. E enquanto eles vão
discutindo, discutindo, o programa não é criado. E eu duvido que este programa
seja criado enquanto o PT estiver no Governo. Mas, afinal de contas, como nós
estamos aqui com os autores da Emenda, à qual votamos favoravelmente porque
somos favoráveis ao programa de renda mínima, espero que, como autores, V.Exas.
pressionem a administração chamada “popular”, que de popular não tem nada, no
sentido de que saia do terreno da discussão esse programa de renda mínima, que
se crie, realmente, um programa de que possam constar dotações no Projeto de
Diretrizes Orçamentárias e no Projeto do Orçamento para 1998. É o mínimo que
podemos esperar de seriedade desta proposta.
O Ver. Renato Guimarães
afirma que o PT queria a aprovação desta Emenda nº 01. Ora, sabemos que tinha
uma Emenda de nº 46, que é de autoria da Bancada do PT, que estava sendo
trabalhada na CEFOR para passá-la, que é um estudo de viabilidade para a
criação do programa de renda mínima. E quem colocou a possibilidade da criação
efetiva desse programa foi exatamente a emenda popular. Então, não vamos
discutir sobre mentiras, vamos discutir sobre verdades. A verdade é que, se o
PT não queria - tanto é que a Emenda do PT só queria um estudo de viabilidade
-, quem queria, na verdade, eram V.Exas., que colocaram esta Emenda que votamos
aqui criando o programa. Só que vamos desvirtuar tudo isso agora, colocando uma
Subemenda que vai mandar novamente para o terreno das discussões.
Eu voto contrário à
Subemenda porque, na verdade, é mais uma demagogia que, infelizmente, está
sendo enfiada garganta abaixo dos Vereadores de oposição aqui desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação a Subemenda 01 à Emenda 01 ao PLE 18/97. A votação será nominal por
solicitação do Ver. Luiz Braz. (Após a chamada.) APROVADA por 24 votos SIM, 03 NÃO.
Declaração de Voto da Vera.
Anamaria Negroni: (Lê.)
“Com meu voto, espero que
realmente se torne uma realidade o Programa de Renda Mínima na nossa Capital. É
um voto de confiança na Administração Municipal.”
Passamos à votação das Emendas
02, 03 e 04 ao PLE nº 18/97. Com a palavra, o Ver. Adeli Sell para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Discuto as Emendas 02, 03 e
04, de autoria do Ver. Carlos Garcia, do PSB. Não vou, propriamente, meu caro
Vereador, contraditar. Vou apelar ao bom senso, porque V.Exa. propõe a criação
do ensino técnico profissionalizante no primeiro grau.
Há grandes divergências, há
um grande debate entre os pedagogos, há um debate aqui na sociedade sobre a
conveniência ou não do ensino técnico no primeiro grau. Por isso, quero apelar
ao Vereador para que até retirasse essa Emenda, porque não aceitamos a Emenda
assim como está colocada. Podemos fazer um debate na Comissão de Educação
Cultura e Esporte desta Casa, da qual V.Exa. faz parte, porque, como não há
concordância da maioria dos pedagogos, dos estudiosos dessa área, já que
contradita a própria Lei de Diretrizes e Bases, bem como contradita o Código de
Defesa da Criança e do Adolescente, nós queríamos chamar a atenção para que não
aprovássemos as Emendas 02, 03 e 04 porque não podemos nos responsabilizar por
encaminhar alternativas para o ensino técnico de primeiro grau, implantar o
ensino técnico de primeiro grau e promover cursos na área da formação rural e,
inclusive, no ensino técnico de primeiro grau. Eu, que aqui levantei idéia de
uma escola técnica agrícola, cheguei em um momento a levantar até a
possibilidade de iniciar já no primeiro grau, mas no correr do tempo fui
convencido de que pode ter uma disciplina numa escola que tenha um conteúdo
técnico, que tenha um conteúdo que vá dar possibilidades futuras da criança e
do adolescente se profissionalizar, mas no primeiro grau temos especificidades,
temos uma criança em formação. Então, tem que ser dado um ensino globalizante,
um ensino universal e não deixar de ter um ensino com essa visão para já no
primeiro grau a criança ser dirigida a um ensino técnico e profissionalizante.
É inadequado, meu caro
professor, Vereador, e pedimos que V.Exa., com a anuência da Comissão de
Educação, abra um debate com os pedagogos desta Cidade sobre essa questão na
Comissão de Educação, uma vez que é inadequado e inorgânico que seja colocado
no Plano Plurianual. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, as Emendas 02, 03 e 04, em discussão, tiveram as
seguintes proposições: discutir e encaminhar alternativas para o ensino técnico
de primeiro grau. Qual foi a nossa justificativa? Nossa Emenda tem a finalidade
de propiciar principalmente à parcela mais carente da nossa população um início
de ensino profissionalizante com vistas a um melhor acesso ao mercado de
trabalho, cada vez mais competitivo. A Emenda nº 03 - “Desencadear estudos
sobre alternativas para implantação de ensino técnico ao nível de 1º grau” -
tem por fim propiciar melhores condições de ingresso no mercado de trabalho,
principalmente à parcela mais carente da população. A Emenda nº 04 - “Das
metas: demonstrar, possibilitar,
sediar, promover formação rural inclusive no ensino técnico de 1º grau,
desenvolver, promover”. Qual é a justificativa? Assim como as Emendas
anteriores, propusemos a implementação do ensino técnico de 1º grau também nos
segmentos de atividades rurais e entendemos pertinente a implantação desse
procedimento. Ora, há bem pouco tempo, ou melhor, há minutos, foi feita toda
uma discussão do MOVA e agora tenta-se inverter todo o processo. Nós estamos
propondo ensino técnico. Hoje, em nosso Estado e aqui em Porto Alegre, em uma
área rural, em que média de idade essas crianças terminariam o 1º grau? Sempre
com idade superior a 14 anos. Ao mesmo tempo, seriam condições de ingresso para
o mercado de trabalho até porque hoje as crianças ingressam no mercado de
trabalho das mais variadas formas. Basta olhar o nosso Centro da Cidade e ver
como está a economia informal. Eu não tenho dúvidas. E por que não trabalhar na
base com as crianças, tentando melhorar cada vez mais essa alternativa que
Porto Alegre não propicia? Nós não
temos ensino técnico em Porto Alegre e creio que chegou o momento. Se não forem
colocados dentro do Orçamento do Plano Plurianual, só no ano de 2001.
Por isso, nós somos
totalmente a favor das Emendas 02, 03 e 04 e encaminhamos e solicitamos àqueles
Vereadores que querem o ensino técnico em Porto Alegre que votem a favor das
referidas Emendas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Até parece que estamos tratando de uma matéria
extraordinariamente importante. É tão importante o Plano Plurianual de
Investimentos, que eu gostaria que o público que nos acompanha visse que, tudo
somado, assinado pelo Prefeito, dá duas páginas para quatro anos. Aqui não está
dizendo o que vai ser feito, o que vai deixar de ser feito. E aí eu não entendo
a preocupação de querer retirar as Emendas 02, 03 e 04 - são boas - porque, na
verdade, ele está dizendo que deve se discutir e encaminhar alternativas para o
ensino técnico de 1º grau. Mas este País está cheio de doutores! Nós temos
faculdades por todos os cantos. Vestibular, quase todos os meses. Nós já
tivemos a Guerra dos Canudos e em breve teremos a Revolução dos Canudos, porque
todos que se formam na faculdade, em um curso superior, colocam o canudo em
baixo do braço e vão brigar com alguém. Não tem lugar para trabalhar; mas,
quando tinha a Escola Parobé, nos moldes antigos, quando eles se formavam,
estava São Paulo, Rio de Janeiro, todos em cima deles para colocá-los com altos
salários. Então, nós precisamos colocar o nosso povo para poder trabalhar de
forma rentável, de forma coerente, correta, decente, digna, e o que ele está
propondo é que se estude isso. Ele não está dizendo que se vai fazer isso, mas,
se não estudar, é a mesma coisa que a outra: não vai acontecer. Desencadear
estudos. Não está mandando fazer nada a mais do que estudar a possibilidade de
aproveitar as nossas crianças.
Hoje, eu ouvia que no
presídio vão fazer uma cooperativa de trabalho para aqueles presos que não são
tão intratáveis socialmente, que são capazes de ser recuperáveis - fazer uma
cooperativa de trabalho para saírem o mais depressa possível e úteis para a
sociedade. Agora, o que o Vereador quer, e com muita razão, é que se dê
oportunidade de estudar a possibilidade, porque eu volto a dizer: 72 Emendas,
acrescidas em última hora, quase 80, não resolvem nada. O Orçamento, sim, a ser discutido a partir do dia 30 de
setembro, quando entra nesta Casa, vai ser possível fazer alguma coisa. Aqui é
plano, é sugestão. Então, não há por que retirar as Emendas propostas pelo Ver.
Garcia. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Sr. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é muito interessante passar a tarde ouvindo
os Vereadores da mesma bancada dizerem ora uma coisa e ora outra. Quando é do
MOVA, pedir que professores habilitados ensinem os alunos, isso é um
academismo. Quando uma proposta inteligente, competente, é analisada pela
Bancada do PT, por exemplo, dizendo que a Lei de Diretrizes e Bases impede,
qual é o artigo que impede? Quando é para o MOVA, é uma coisa; quando é para o
ensino profissionalizante, vale outra.
Nós temos problemas
gravíssimos quando o adolescente e as crianças têm o seu trabalho explorado.
Essa exploração deve ser proibida. Adolescente e criança devem estar no colégio
e, de preferência, devem ser encaminhados, dirigidos para aprender uma
profissão. Isso seria o ideal. Como disse muito bem o Ver. João Dib, “este País
não agüenta mais de burros com diploma”. Nós precisamos é de mão de obra
especializada aqui, na nossa Cidade. Por que não formar zeladores, jardineiros,
prestadores de serviços domésticos, serviços que serão úteis para a sociedade?
Por que já não encaminhar essas crianças para o ensino profissionalizante,
inclusive ensino que desenvolva as habilidades das crianças em relação aos seus
problemas caseiros, aos seus problemas sociais, aos seus problemas
trabalhistas? Por que não desenvolver o trabalho como algo prazeroso na
criança, ao invés de, mais tarde, depois de adultos, sofrer, inclusive, com
aquela lei maldita de ser preso por falta de um ofício, por falta de uma
profissão, chamada de vagabundagem, quando, na verdade, o próprio mercado de
trabalho desemprega as pessoas?
Para enfrentar o desemprego,
o mercado, é necessário que preparemos, desde cedo, as nossas crianças. Meus parabéns, Ver. Carlos Garcia, pela
brilhante idéia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, creio que todos já entenderam que
estamos discutindo se é recomendável ou não que, no Plano Plurianual para o
quadriênio l998/2001, seja previsto como diretriz discutir e encaminhar
alternativas para o ensino técnico de primeiro grau, que consta na Emenda nº
02. Na Emenda nº 03, diz o seguinte: “Desencadear estudos sobre alternativas
para a implantação do ensino técnico em nível de primeiro grau”. Tão-somente
esse é o objetivo das propostas em forma de emenda que o Ver. Carlos Garcia,
hábil e tempestivamente, ofereceu como emendas ao Projeto de Lei do Executivo
que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio 1998 a 2001. Não entendo
por que estamos discutindo esse assunto. Como é que alguém entender ruim e mal
discutir e encaminhar alternativas para o ensino técnico de primeiro grau? Não
entendo por que estamos discutindo esse assunto. Só sei que foi destacada essa
Emenda e, se foi destacada, é porque alguém entende que ela não merece ser
aprovada, como também não merece ser aprovado, seguindo essa linha de
entendimento, a que sejam desencadeados estudos sobre alternativas para
implantação do ensino técnico no nível de primeiro grau. Não há ninguém, de sã
consciência, que não diga que o currículo das nossas escolas é, na maioria das
vezes, deletério, inócuo, ensina de tudo, menos o essencial. O que quer é
colocar todo o processo educacional do Município a discutir alternativas para
reversão dessa posição, Ver. Cláudio Sebenelo. Eu não discutiria esse assunto.
Pensei que isso era a coisa mais pacífica que poderia ocorrer no Legislativo de
uma cidade como a nossa, de ver inserido no seu Plano Plurianual recomendações
dessa ordem.
Ilustres Vereadores que se
opuseram, penso até que por equívoco, a essa proposição absolutamente
criteriosa, adequada, própria de quem entende de educação, é sensível à realidade
do cotidiano da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País, quero dizer que,
evidentemente, por mais óbvio que possa parecer, venho à tribuna dizer que vou
votar a favor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Em votação. O Ver. Guilherme Barbosa solicita
chamada nominal para votação. (Após a chamada.) APROVADAS as Emendas nºs 02, 03 e 04 ao PLE nº 18/97 por15 votos SIM, 12 votos NÃO.
Em votação as Emendas 10 e
11 apostas ao PLE 18/97. (Após a chamada.) REJEITADAS
por 11 votos SIM, 16 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 23 ao
PLE nº 18/97. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, as Emendas nº 23, 24 e 26 tratam do mesmo
assunto, que é a utilização de sobras de alimentos.
Já fizemos aqui, na Câmara
de Vereadores, um debate sobre a utilização de sobras de alimentos de
restaurantes, de instituições para distribuição em creches, asilos. A Bancada
do Partido dos Trabalhadores tem posição contrária à utilização de sobras de
alimentos. Propusemos à Casa, à sociedade um debate sobre a possibilidade de se
implantar um projeto-piloto, de parceria do Executivo com a sociedade, para se
testar a viabilidade da utilização de sobras de alimentos para instituições.
Nesse sentido, achamos que não cabe ao Plurianual apresentar emenda que trate
da utilização de sobras.
Portanto, a Bancada é
contrária às Emendas e continua mantendo o compromisso com esta Casa e com a
sociedade de debater um projeto-piloto juntamente com a Secretaria Municipal de
Saúde e com a FESC. Mas, neste momento, somos contrários a que esta matéria
seja tratada por emenda ao Plurianual. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. A
gente vê, por exemplo, o veto às sobras
de alimento. Não entra no mérito da questão e apenas diz que não deve figurar
no Orçamento Plurianual. O que consta sobre a área da saúde é muito vago:
“devemos incentivar” etc. Quando se tem
alguma coisa mais multiforme, mais efetiva, voltada para os interesses
da população e, principalmente, sem que haja solução desse tipo de problema
para mais de 150 mil pessoas que passam fome na Cidade, parece-me um absurdo
dizer que isso não deva ser incluído no Plano Plurianual.
Essas Emendas, como a do
Ver. Carlos Garcia, são absolutamente competentes, oportunas, trazem à luz da
discussão um problema existencial da população de Porto Alegre. Não aceito esse
argumento de que não deva entrar no Plurianual. O que vamos discutir no
Plurianual se não forem esses problemas? Já que tem que haver um plano-piloto
em Porto Alegre, Ver. Renato Guimarães, por que isso não foi apresentado como emenda?
Às vezes vejo uma certa
sistemática: a sistemática do “não”, de uma forma muito forte, muito radical.
Desconfio que até tem um componente sádico, porque é impressionante as pessoas
dizerem “não” a um projeto de distribuição de sobras de alimentos. Se este
projeto não serve, que façam outro que sirva, dêem uma solução, façam algo, mas
não cruzem os braços e digam que não
pode entrar no Plurianual.
Parece-me da maior
importância este projeto. Já foi aprovado por esta Casa e, portanto, tem todas
as condições de que exijamos, como Vereadores, que seja incluído no Plurianual,
não como emenda, mas como um corpo sólido deste projeto que só poderá ser
votado daqui a quatro anos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Por ocasião do Código Municipal de Saúde, esse
tema já foi bastante discutido. Não fico surpreso que a Administração Popular
não queira incluir isso, porque, naquele
mesmo momento, também não o quis. Nós tivemos a oportunidade de fazer a
justificativa. As duas preocupações, segundo as professoras da Faculdade de
Nutrição do IMEC, têm que ser feitas sobre a questão da sobra de alimento. Em
primeiro lugar, o cuidado no controle do acondicionamento desses alimentos e,
em segundo lugar, como irão chegar ao seu destinatário. Agora, com uma
população carente como a nossa - a cada dia a nossa população passa mais fome
-, achamos um absurdo não querer contemplar a questão das sobras. É por isso
que está contemplado como projeto-piloto. Vamos ter cuidado com o transporte e
como vai chegar essa alimentação. É inconcebível que a população carente, que
teria oportunidade de receber essa alimentação, fique vetada. Além do mais, não
se concebe, quando se passa fome, que cada vez mais o poder aquisitivo dos
trabalhadores seja diminuído, que cada vez mais as pessoas fiquem
desempregadas, e isso tem um alto mérito social. Portanto, o Partido Socialista
Brasileiro encaminha favoravelmente à Emenda nº 23. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O próximo orador inscrito é o Ver. Luiz Braz, que tem a palavra.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. É claro que, pela vontade deste Vereador,
estaríamos aprovando as Emendas 23, 24 e 26. Só que temos que ser práticos.
Infelizmente, não temos os votos suficientes para aprovar essas Emendas. A
Vereadora Presidente da Comissão de Saúde, Sônia Santos, que é da minha
Bancada, ela, que é autora das Emendas, aceita a aprovação da Emenda 26, que
contaria também com o apoio da Bancada do Governo, e rejeita as Emendas 23 e
24. Como vamos perder todas - estou sendo absolutamente sincero, eu votaria a
favor de todas -, para que possamos, pelo menos, colocar no Plurianual esse
programa, vamos votar favorável à Emenda 26 e contrários às Emendas 23 e 24.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Pela
ordem, tem a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Hoje estou me convencendo de que
todos nós temos medo do óbvio, da coisa muito clara, muito cristalina, muito
precisa, capaz de ser entendida por todos. Nunca vi, em toda a minha vida, nem
ouvi, com tanta freqüência, uma afirmação mais contundente, e que me tumultua,
do que essa de que o Brasil é o país do desperdício. Nada é mais desagradável
para mim do que ouvir que, diferentemente de outros países, nós apresentamos as
mais diversas formas de perdas de alimentos nas várias etapas, desde a
produção, o transporte, a distribuição, a comercialização, até a elaboração
final dos alimentos. Essa perda é tão grande, que informações seguras nos
indicam que ela chega a um terço da produção nacional.
Eu fico perplexo quando vejo
que a Vera. Sônia Santos traz uma Emenda ao projeto que dispõe sobre o Plano
Plurianual, que é a inclusão da Secretaria Municipal da Saúde nos
projetos-pilotos a serem desenvolvidos na redistribuição de sobras de
alimentos. Eu já falei em outras ocasiões que pessoas, as mais diversas, pessoas
modestas ficam enfurecidas quando vêem o desperdício. No verão, eu fui ao
supermercado “Carrefour” e observei
que várias nectarinas, frutas belíssimas, que teriam pequenos estragos, eram
simplesmente colocadas no lixo. Diante da minha pergunta por que não eram
distribuídas a pessoas necessitadas, responderam-me que isso não era possível,
porque existiam inúmeras restrições a esse fato. Ora, as pessoas que viajam
pelo mundo, especialmente aqueles que conhecem Nova Iorque, sabem que toda a
comunidade de asiáticos, refugiados da Guerra do Vietnã, vende, na via pública,
salada de frutas, fruto da sobra de alimentos parcialmente estragados e
perfeitamente recuperados. Eles ganham com isso e são aplaudidos pela população
de Nova Iorque por fazerem isso. Aqui nós estamos tendo cuidados, restrições em
aprovar essa Emenda da Vera. Sônia Santos. Acho que estamos naquela situação em
os torcedores de futebol estão proclamando, que está ficando todo mundo maluco.
Só pode ser maluco para não querer que se faça, neste País, onde tem gente com
fome, um projeto-piloto para reciclar sobras de alimento a bem de matar a fome
de outros. E o Líder do PTB está com medo que não iremos aprovar esta Emenda.
Eu não acredito que a loucura, a sandice e a irresponsabilidade social tenham
tomado conta desta Casa.
Vou votar a favor e espero
vê-la vitoriosa, Vera. Sônia Santos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação nominal a Emenda nº 23 ao PLE 18/97. (Após a chamada.) REJEITADA por 11 votos SIM, 15 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.
Em votação a Emenda nº 24 ao
PLE nº 18/97. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A Bancada do Partido dos Trabalhadores, em
discussão sobre as Emendas 23, 24 e 26, entende que a intenção da Vera. Sônia
Santos é contemplada na Emenda 26, que apresenta a implantação de um
projeto-piloto na Cidade para a utilização de sobras de alimento. Esse foi o
entendimento desta Casa quando discutiu com o Ver. Antonio Hohlfeldt a criação,
no Código de Saúde, da possibilidade de se implantar, em Porto Alegre, o
sistema de utilização de sobras de alimento. Esse é, também, o entendimento,
dentro do debate que se está fazendo com o Executivo Municipal - Secretaria
Municipal de Saúde, que a Secretaria venha, no processo de debate, a implantar
projeto-piloto na Cidade.
Nós encaminhamos
contrariamente à Emenda 23. Manteremos o encaminhamento contrário à Emenda 24,
mas aprovaremos a Emenda 26, que, no ponto de vista da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, vem a contemplar o debate que esta Casa está fazendo sobre a
questão das sobras de alimento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa pede alguns segundos de atenção, porque está muito difícil continuar a
Sessão. As pessoas que nos visitam poderão pensar que a Mesa está sendo muito
magnânima. Não é isso. É que eu fico constrangido em pedir silêncio.
Como nós temos muitas
emendas para votar, a Mesa pensa que nós poderíamos votar algumas por votação
simbólica, mas para isso é preciso que os Srs. Vereadores estejam sentados.
Assim, poder-se-á avaliar rapidamente. Se houver uma discrepância, poderá ser
pedida a revisão com voto nominal.
(O Ver. Reginaldo Pujol
solicita tempo para encaminhar.)
Ver. Pujol, a Mesa tinha
entendido que não havia mais encaminhamentos. Pede vênia a V.Exa. Se V.Exa. faz
questão - a Emenda ainda não foi votada -, V.Exa. pode usar a palavra. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar. Desiste.
Em votação a Emenda 24
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O SR. ISAAC
AINHORN: Solicito
verificação de votação da Emenda 24.
(Tumulto no Plenário.)
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estamos numa Sessão Plenária de trabalho. Esta Casa se
destaca pela seriedade do trabalho dos Vereadores e eu não entendo algumas
manifestações que a Mesa, com sentido altamente democrático, tem deixado
passar. Eu peço que, a partir deste momento, as manifestações anti-regimentais,
de qualquer lado que surjam, sejam coibidas na forma do Regimento desta Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa não precisará repetir as palavras do Ver. Isaac, que faz uma Questão de
Ordem e pensa que todos ouviram.
Em verificação de votação a
Emenda nº 24. (Após a chamada.) Por 13 votos SIM, 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO, REJEITADA a Emenda nº 24.
Em votação a Emenda nº 26. O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, conforme o encaminhamento feito tanto na Emenda
nº 23 quanto na Emenda nº 24, pelo caro Ver. Renato Guimarães, Vice-Líder da
Bancada do PT, a Bancada do PT, mesmo com posição contrária ao mérito dessa
questão, discutido quando da votação dos vetos do Sr. Prefeito, e como fizemos
um acordo neste Plenário com a Bancada do PTB, especialmente com Vereadora
autora das três Emendas, nós queremos dizer que vamos votar unanimemente pela
aprovação desta Emenda, apesar de termos discordância em relação ao mérito,
porque achamos fundamental que os preceitos da tradição dos acordos entre as
Bancadas sejam mantidos e levados de uma forma rigorosa até o fim. Dessa
maneira, queremos dizer claramente aos companheiros da Bancada do PTB,
especialmente à Vera. Sônia Santos, que este é o encaminhamento feito pela
Bancada do Partido dos Trabalhadores e que a nossa votação não vai apenas se
resumir em votar favoravelmente, mas vamos, politicamente, nos empenhar também
para que esse programa-piloto seja, efetivamente, realizado na Capital de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, afinal alguma coisa positiva nesta
tarde. As duas maiores Bancadas da Casa, o Partido Trabalhista Brasileiro,
segunda maior Bancada, e o Partido dos Trabalhadores, se harmonizaram pelo
menos num aspecto: no país do desperdício, alguma coisa de objetivo deve ser
feito na Capital do Estado do Rio Grande do Sul no sentido de utilizar o máximo
possível desse desperdício em favor daqueles que têm fome e que estão
aguardando por providências do Poder Público há longo tempo, Poder Público este
que, nas suas várias instâncias, discute o problema em teses acadêmicas e não
toma medidas concretas para que objetivamente o problema seja enfrentado.
Sinto-me feliz e cumprimento
o Ver. Luiz Braz, porque a sabedoria dele e dos seus companheiros de Bancada
conseguiram o que até agora nós não havíamos conseguido, ou seja, sensibilizar
a Bancada do Partido dos Trabalhadores no sentido de que as propostas da Vera.
Sônia Santos eram altamente importantes, de um grande cunho social e,
sobretudo, diziam respeito ao cotidiano da nossa Cidade, ao dia-a-dia de Porto
Alegre, à realidade social que toma conta de vários segmentos da sociedade que
precisam ser objetivamente encarados, atendidos e respondidos nesse verdadeiro
desafio que surge na sensibilidade do homem público.
O Ver. José Valdir tinha
razão quando me disse que é preciso que a gente comece a entender o óbvio que
se apresenta por várias formas. No momento, não estamos diante nem do óbvio
ululante e nem do óbvio diletante. Estamos diante de uma obviedade: as duas
maiores Bancadas com assento na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, se
quiserem, votam tudo o que bem entenderem e até podem votar e aprovar coisas
boas, como essa Emenda da Vera. Sônia Santos.
Como eu já votei
anteriormente nas outras duas Emendas, que não eram boas, eram excelentes, vou
continuar votando, agora com o conforto de estar a favor da outra Emenda. Estou
com as duas maiores Bancadas da Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 26. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 29.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Solicito a V.Exa. que faça a leitura dessa Emenda para sabermos o seu
conteúdo e fazermos encaminhamento.
O SR.
PRESIDENTE: A
Emenda nº 29 diz o seguinte: (Lê.)
Em votação a Emenda nº 29.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 31. O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, esta Emenda trata da autorização para o Executivo
Municipal fazer a reconstrução do Mercado do Bom Fim. É meritória, importante,
necessária e será feita. O anteprojeto da reconstrução do Mercado Público do
Bom Fim já está pronto e aprovado na Secretaria do Governo, na Comissão montada
entre o Governo e a comunidade. Várias entidades participaram desde a concepção do projeto até a sua
aprovação. O projeto está em fase de contratação, recursos oriundos de um
acordo feito entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, comunidade do Bom
Fim e Petrobrás, que assegurou 300 mil reais para o remodelamento ou
reconstrução do projeto do Mercado Público do Bom Fim. Essa negociação vem
sendo feita há longos anos, e fiz questão de encaminhar na medida em que, na
condição de Secretário do Meio Ambiente, participei de algumas discussões sobre
o projeto.
O acordo é basicamente o
seguinte: a renovação da concessão daquele posto de gasolina existente na
Oswaldo Aranha. E a renovação feita pelo Poder Público está condicionada a que
a Petrobrás construa ali um chamado posto ecológico, que é classificado como de primeiro padrão mundial
em mais segurança, assim como a Petrobrás reverterá recursos para a construção
daquele mercado. Ou seja, o nosso encaminhamento contrário a essa Emenda tem
uma razão muito singela: é que já está em fase de contratação; logo, seria
inadequado votarmos questões que já estão, inclusive, com um projeto aprovado,
depois de uma larga e longa discussão, não só com o Governo, mas com a própria
comunidade. Então, não é necessário que ela seja votada, porque está em fase de
contratação e os recursos estão encaminhados. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Gerson Almeida colocou o seu empenho
pessoal e o empenho da Administração, mesmo com a indiferença de algumas
pessoas no Plenário. Mas queria reiterar ao Ver. Gerson Almeida que me
congratulo com ele pelo fato de trazer a este Plenário a explicação sobre um
projeto que está em andamento na Casa, mas, na Cidade, ele está desativado, não
existe. Ninguém aqui está buscando a
paternidade do projeto. Não tínhamos essa informação, quando foi feita a
justificativa dia 19 de maio. Segundo a Vera. Tereza Franco, muitas vezes se
pede uma informação e quatro, cinco, seis meses depois a informação ainda não
chegou. Por um problema de comunicação, seria um absurdo alguém votar contra só
porque existem iniciativas do Executivo e do Legislativo. Se elas são
complementares, se elas têm a mesma meta, não há por que votar contra. Seria um
absurdo, só porque o Vereador teve a mesma idéia do Executivo. Seria ótimo o
Bom Fim ter aquele seu velho mercado, onde nos sábados, no fim de tarde,
pudéssemos perfeitamente usufruir de um mercado extraordinário. Agora, o PT
quer ter a primazia, quando foi apresentado por um Vereador do PSDB. Se votarem
não, vai ser uma insanidade. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação a Emenda nº 31. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADA.
Em votação a Emenda nº 33.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O Ver. Gerson Almeida
solicita verificação de votação. (Após a chamada.) APROVADA a Emenda nº 33 ao PLE nº 18/97 por 16 votos SIM, 13 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 39.
O SR. JOÃO DIB
(Esclarecimento): A Emenda nº 39 é de minha autoria e foi aprovada a Emenda nº 76, que
substitui aquela.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa solicitou, há alguns segundos, à Diretoria para que verificasse esse
fato. A Emenda nº 76 atende à questão colocada pelo Vereador na Emenda nº 39.
Como foi aprovada, a 39 estaria prejudicada. Então, não temos votação da Emenda
nº 39 e nem da Subemenda.
Em votação a Emenda nº 40. O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, como eu já havia dito, este Plurianual é um
projeto de brincadeira da Prefeitura Municipal. Porque todos os anos o
Plurianual trazia as verbas previsíveis para os quatro anos. Neste ano, o
Prefeito conseguiu, em duas páginas datilografadas, colocar a Exposição de
Motivos e o Projeto de Lei. Mas, mesmo assim, a responsabilidade está presente
e eu propus a Emenda nº 40, que diz que as leis orçamentárias obedecerão, em cada
exercício, no mínimo, os percentuais fixados pela Lei Orgânica e Constituição
Federal de 13% das despesas globais do Orçamento do Município, excluídas as
transferências da União e do Estado referentes ao SUS, como montante de despesa
na área da saúde. E isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é o que está
escrito na Lei Orgânica: é 13% do Orçamento global do Município. E o Município, a Lei Orgânica diz exatamente o que é.
Mas não seja a posição deste Vereador, a CCJ, no ano passado, por unanimidade,
disse que os 13% se referem ao Orçamento global da Prefeitura. E lá tinha dois
Vereadores do PT, e os dois votaram favoravelmente à posição deste Vereador que
questionava se os 13% são do Orçamento global da Prefeitura. E se o Prefeito de
Porto Alegre repetir o que se fez nos anos anteriores, há de dizer: “O
Orçamento global da Prefeitura de Porto Alegre é de tanto, na Centralizada;
tanto, no DMAE; tanto, no DMLU; tanto, no DEMHAB e tanto na FESC”. Ele escreveu
e assinou todos os anos, mas nunca tivemos 13% na saúde sobre o Orçamento
global da Prefeitura. Não vou dizer que esteja certo ou errado; agora, está na
lei. Lei é lei e tem que ser cumprida, principalmente se é a lei maior do
Município, que é a LOM.
Como não modificaram a LOM,
como não modificaram a Constituição brasileira, ainda que eu ache de
brincadeira o Plurianual, estou alertando para que, na LDO, vai estar a mesma
coisa e que vou exigir 13% do Orçamento global da Prefeitura. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. Com todo o
respeito ao proponente da Emenda, o
nobre Ver. João Dib, que
sistematicamente tem dito desta tribuna que há leis demais e que muitas leis
não se cumprem, eu também vejo aí uma contradição com esta Emenda, porque a
Emenda que propõe o Vereador é o art. 164, parágrafo 2º ,e o art. 183 da LOM.
Se a LOM é a nossa Constituição municipal, qual a razão para colocar no
Plurianual? E digo que o Plurianual, Vereador, diferentemente do que pensa
V.Exa., é algo muito sério, porque a nossa Bancada e, particularmente, o Ver.
Guilherme Barbosa e eu, na Comissão de Economia e Finanças e Orçamento, que
discute e vota essa questão, temos dito que vamos fazer um esforço para que
tudo o que consta no Plurianual seja efetivamente implementado em quatro anos.
Se não fosse assim, aí sim seria brincadeira.
Se existe uma lei maior, que
é a LOM, não cabe o Plurianual - que determina as diretrizes, os objetivos e as
metas - colocar essa Emenda. Portanto, não somos favoráveis a ela.
Estamos aplicando, Vereador,
14,62% na saúde e nós queremos fazer um debate, uma discussão sobre quem de
fato gasta na saúde. Queremos cobrar os repasses federais, os repasses do
Estado, porque a nossa Prefeitura, além de gastar essa quantia significativa na
saúde, tem postos de saúde em cada vila desta Cidade. Onde havia postos de
saúde anteriormente? Além disso, fazemos saneamento básico, e o Ver. João Dib
sabe muito bem que isso é fundamental para a saúde pública: o saneamento da
Cidade, o esgoto, a água bem tratada, a água de qualidade que temos em Porto
Alegre.
Portanto, não cabe, Sr.
Vereadores, colegas, fazermos uma mera disputa política. Estamos colocando as
diretrizes da Cidade de Porto Alegre para os próximos quatro anos. Por isso,
apelamos aos Srs. Vereadores para que não aceitem essa Emenda, porque a Lei
Orgânica do Município já é a lei maior da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está
em votação a Emenda nº 40.
O SR. JOÃO
DIB: Solicito
votação nominal, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação a Emenda nº 40. (Após a
chamada.) APROVADA a Emenda por 16
votos SIM, 13 votos NÃO.
Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, nós queremos fazer duas
observações. Uma é que nós ainda temos nove emendas para serem votadas. Estamos
dispostos a enfrentar essa jornada. Queremos saber, se é que vamos prorrogar o
tempo às 18h50min, se vamos pedir lanche.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu proponho que a prorrogação da Sessão seja por mais
uma hora e, então, não teria necessidade de lanche.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, a prorrogação, normalmente, é feita
por duas horas - talvez nem precisemos das duas horas - e o lanche
estará à disposição dos Srs. Vereadores.
A Mesa Diretora, conforme
havia sido anunciado, fará, amanhã pela manhã, uma reunião de Líderes para
discutirmos três assuntos, conforme já foram distribuídos os convites, quando
serão tratados o Projeto de Lei sobre a questão dos assistentes, a definição da
Ordem do Dia das Sessões dos dias 27 e 30 de junho. Para o dia 27 de junho,
temos uma previsão de três projetos, acredito, de fácil votação, e, para o dia
30 de junho, em função dos prazos, temos uma previsão de cinco projetos,
acredito, também, de fácil votação, mas temos nove de hoje que ainda estão
faltando. Por isso o apelo para que votemos mais alguns hoje, porque seria
muito bom chegarmos no dia 30 de junho com todos os projetos votados,
rejeitados ou aprovados. Isso para nós é importante. Então, Srs. Vereadores,
amanhã contamos com a presença de todos os Líderes e aqueles que assim o
desejarem. O terceiro assunto da Mesa, amanhã, é o relato do Plano de Metas e
do Relatório, que será distribuído antes do dia 30, com as ações feitas pela
Câmara no primeiro semestre. Relatório significa transparência. Nós queremos
transparência e democracia nesta Casa. Não é só o desejo do Presidente, mas
acredito que de todos.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, sobre a duplicação da Av. Profº.
Oscar Pereira, duas Emendas, de autoria do Ver. Pedro Ruas, foram apresentadas.
Uma Emenda de nº 41 e a outra de nº 77. A Emenda de nº 77, com Parecer
favorável da Comissão, foi votada num primeiro momento e está aprovada -
incorporada, portanto, ao Projeto. A Emenda nº 41 foi destacada pela nossa
Bancada, mas esta Vereadora considera que essa Emenda, uma vez que trata da
mesma matéria que a de nº 77, a qual foi aprovada e já se encontra como tal no
processo, eu considero que a Emenda nº 41 ficou prejudicada. Pergunto a V.Exa.
se meu entendimento é o mesmo que a Mesa tem e que, se nós já aprovamos a
matéria na Emenda do mesmo autor, sem haver divergência deste, na Emenda nº 77,
já aprovada, estando prejudicada a de nº 41, não ficaria prejudicado todo o processo
de votação relativo à Emenda nº 41?
O SR. CARLOS
GARCIA (Esclarecimento): Sr. Presidente, eu não tenho a Emenda 77. Eu gostaria que ela fosse
lida como também a 41. Aí, nós teríamos condições de analisar uma e outra e não
haveria problema nenhum de a 41 ser retirada ou ter voto contra.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Nada a opor que as Emendas venham a ser lidas; no
entanto, não é no mérito da questão, mas no processo e no conteúdo que nós
devemos definir se uma emenda está prejudicada ou não.
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Mesa tem segurança em dizer à Vereadora e ao Vereador que existe uma
emenda sobre o mesmo assunto, mas existe, no corpo da Emenda, uma diferença, e
ela não cria prejudicialidade à Emenda 41. Ela deveria ter sido retirada. Nós sabemos
que ela é fruto de um acordo. A Emenda 77 existe para que não seja necessário
votar a Emenda 41, só que a 41 permaneceu. De fato, existe esse problema.
O SR. RENATO
GUIMARÃES (Questão de Ordem): No acordo que fizemos conjuntamente com o Ver.
Pedro Ruas e com o Movimento Popular da Glória, foi sugerida pelo Ver. Pedro
Ruas a Emenda 77. Nós combinamos que a Bancada do PT destacaria a Emenda 41
para que ela fosse retirada. Nós votaríamos contra a Emenda 41 para que ela
fosse retirada.
O SR. PEDRO
RUAS (Questão de Ordem): Antes de esclarecer, quero pedir desculpas por não estar antes no
debate. Estava atendendo a comunidade do IAPI.
Digo a V.Exa. que, efetivamente, a Emenda 77 é fruto de um acordo
para aprovação da reivindicação da comunidade, que encaminhou tardiamente uma
emenda popular. A Emenda 41 só existia porque não existia a 77. Com o acordo,
este Vereador votará contra a Emenda 41, se ela for mantida, e peço aos demais
pares que ajam da mesma forma.
O SR.
PRESIDENTE: Não
havendo outra alternativa, porque não há prejudicialidade, a Mesa é obrigada a
colocar em votação.
Em votação a Emenda 41.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Passamos à Emenda 42. Em
votação. Para encaminhar, com a palavra o Ver. João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Esta Emenda objetiva, unicamente, viabilizar
a continuidade de uma rua que está interrompida apenas uma quadra há muitos
anos. Essa quadra fica na esquina com a Cristóvão Colombo; vai desde a Couto de
Magalhães até a Cristóvão Colombo - uma quadra. Está atrapalhando o trânsito,
atrapalhando a população. Beneficia o movimento da população e, colocando-se no
Plurianual, permite-se, em quatro anos, viabilizar a abertura desta rua em
cento e poucos metros. Estranhamos que no meio dessa rua exista uma cancha de
bocha e o trânsito está sendo impedido. Então, eu apelo aos Srs. Vereadores que
sejam sensíveis a este orçamento representativo de 100% da população que aqui
está. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos tratando nesta noite de diretrizes,
metas e objetivos do Plano Plurianual. A Câmara de Vereadores também discute o
Orçamento anual e a Lei de Diretrizes do Orçamento. A continuidade de
pavimentação de uma rua é obra do Orçamento anual e a nossa Bancada sustenta
uma tese de que as obras do Orçamento anual - o Ver. Nedel sabe disso - são
discutidas no já bastante público e conhecido, não só aqui em Porto Alegre, mas
no mundo, Orçamento Participativo. Se o Vereador tem a intenção de pavimentar
uma rua, esse debate é no Orçamento anual, e temos um método, que a Bancada e a
Administração Popular defendem, que é a discussão do Orçamento Participativo.
Por isso somos contrários. O Plano Plurianual não pode virar uma lista de obras
a serem feitas na Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós não podemos trabalhar aqui com
dois pesos e duas medidas. Há pouco, nós, com muita correção, reconhecemos que
proposta no sentido de viabilizar o alargamento da Rua Oscar Pereira já havia
sido, soberanamente e unanimemente, aprovada por todos os integrantes da Casa.
Agora nós temos o Ver. Nedel buscando que se viabilize a continuidade da Rua
Marcelo Gama. Ora, Sr. Presidente, nós não estamos discutindo aqui se vai-se
votar mais 50, 100, 200 ou 300 metros de asfalto. Nós estamos discutindo a viabilização da continuidade de
uma artéria importante naquele bairro de Porto Alegre que, certamente, não pode deixar de merecer a nossa atenção
e, sobretudo, não pode deixar de despertar a nossa sensibilidade.
Evidentemente, Sr. Presidente, que nós não desconhecemos que existe, na
elaboração da proposta orçamentária, o chamamento a segmentos da população que
propõem alguns dos investimentos feitos na Cidade, mas não todos, Sr.
Presidente. As grandes obras viárias, aquelas que contribuem para terminar com
o gargalo do trânsito ou, pelo menos, amenizam, essas não são submetidas ao
Orçamento Participativo, porque é a política de desenvolvimento do sistema
viário de Porto Alegre. Essa situação da Marcelo Gama não se inclui apenas como
uma necessidade de interesse local. Ela é muito mais ampla. Ela interessa a
todo o trânsito da Cidade de Porto Alegre para que se viabilize a continuidade
dessa importante artéria no Bairro São João de Porto Alegre. Então, eu não vejo
como nós estabelecermos, no encaminhamento de uma das partes, uma linha de
raciocínio e, quando chegamos na outra, encaminhamos outra linha de raciocínio.
Como aprovei, por ser
correto, o alargamento da Av. Oscar Pereira, absolutamente necessário, vou
pugnar, também, pela aprovação da Emenda do Ver. João Carlos Nedel, porque
também aqui é conveniente, é do interesse público, é do interesse da Cidade que
se pense e se aja sobre isso. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação nominal a Emenda nº 42, por solicitção do Ver. João Carlos Nedel. (Após
a chamada.) Por 17 votos SIM e 13
votos NÃO, APROVADA.
Em votação Subemenda nº 1 à
Emenda nº 47. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Subemenda nº 1 é uma intenção da nossa
Bancada de, contemplando a Emenda nº 47, do Ver. Záchia, trazer para a sua
Emenda a discussão que se tem hoje do Estatuto da Criança e do Adolescente e a
discussão que se tem hoje na LDB. A sociedade debate hoje sobre qual é o papel
do ensino fundamental, se ele tem ou não que servir também para a questão de
cursos profissionalizantes. Esse assunto não está resolvido. É uma grande
polêmica a questão dos cursos profissonalizantes no ensino fundamental.
Entendemos que a LDB e o Estatuto da Criança defendem a posição de que o ensino
fundamental serve, prioritariamente, necessariamente, para constituir o
cidadão. Esses cursos profissionalizantes são realizados a partir do segundo
grau.
O Projeto do Ver. Záchia,
além de colocar cursos profissonalizantes dentro do ensino fundamental, chama à
discussão a possibilidade de que esses cursos de capacitação tenham remuneração
pela Prefeitura de Porto Alegre. Temos de fazer esse debate ainda não resolvido
sobre qual é o papel do ensino fundamental.
Somos favoráveis a que, no
ensino médio, ou seja, o de segundo grau, enfrentemos a discussão dos cursos
profissionalizantes com remuneração, mas, neste momento, entendemos que a
questão dos cursos profissionalizantes com remuneração no primeiro grau não
pode ser efetivada. Portanto, somos a favor da Subemenda, que tira a
remuneração desses cursos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a intenção é esclarecer. Nós aprovamos, na Emenda
nº 47, a implementação do Programa Municipal de Trabalho Educativo para Adolescentes.
É claro que esses adolescentes são carentes, são aqueles que vão buscar, no
curso de primeiro grau, também alguma oportunidade para aprender uma profissão.
Só que, como são menores carentes, como é que eles vão conseguir aprender lá
uma profissão se esse aprendizado não for remunerado pelo Município? Isso já
não acontece no campo da União e do Estado? Por que aqui no Município, que é
dirigido pelo PT, não tem de ser remunerado? Não sei por que aqui tem de ser
diferente dos outros ensinos profissionalizantes, só porque este Município é
governado pelo PT. É a única diferença. Então, eu creio que, se nós aprovarmos
esta Subemenda, será a mesma coisa que nós retirarmos os recursos das crianças carentes que conseguiram estes
recursos através da Emenda 47. A Emenda 47 é sábia, pois cria a possibilidade
do ensino profissionalizante no primeiro grau, só que veio lá uma Subemenda,
forjada na CEFOR, que retira os recursos destas crianças carentes.
Então, eu só espero que a
Bancada do PT não jogue com dois pesos e duas medidas. É um discurso lá fora e
uma prática completamente diferente aqui. Vamos esperar que haja coerência
entre discurso e prática. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PEDRO
RUAS (Esclarecimento): Sr. Presidente, em relação a esta Subemenda, como consta a assinatura
deste Vereador, alguns Vereadores me perguntaram se é de autoria deste
Vereador. Não é. Nós assinamos o acordo com a CEFOR, que permitia a tramitação.
Não é de minha autoria.
O SR.
PRESIDENTE:
A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
considero importante nós discutirmos essa Emenda porque esta Casa tem
uma trajetória muito positiva de discutir e de se aprofundar sobre essa questão
do trabalho educativo e já foi palco de uma importante discussão sobre
exploração da mão-de-obra infantil.
Este tema é efetivamente um tema que, desde a nossa luta do Estatuto da
Criança e do Adolescente, passou a ser um tema de discussão nos parlamentos.
Creio que a Emenda do Ver.
Fernando Záchia está dentro do espírito daquela lei que aprovamos aqui, na Casa, com discussão com o Executivo
Municipal. Evidentemente, se essa Emenda não tivesse como preocupação essas
questões que coloquei aqui, eu não votaria a favor, mas ela se enquadra. A
faixa etária a que ela se refere é contemplada pela regulamentação do Estatuto
da Criança e do Adolescente. Considero que o fato de haver uma remuneração não
retira a característica do trabalho educativo. Inclusive, a discussão que fizemos aqui da
Subemenda nº 01, que tratava da renda
mínima, retomou essa discussão de que um dos critérios fossem os cuidados e
atendimento da criança e dos adolescentes.
Essa Emenda não deve ser
aprovada porque ela exclui a possibilidade de acréscimo da renda e nela não
está contida uma exclusão do trabalho educativo dentro dos parâmetros colocados
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela acresce, além dessa preocupação
do trabalho educativo, a possibilidade do aumento da renda familiar. Alguma
reação que possa haver em torno disso é pela preocupação de não fazer com que
essa Emenda se caracterize como um trabalho formal, sem levar em conta a
questão do trabalho educativo previsto no Estatuto. Acho que não são questões
excludentes e acrescentam a questão da remuneração, que pode ser um elemento
importante na consolidação do processo do trabalho educativo no Município.
Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está com a palavra o Ver. Carlos Garcia para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, dentro da mesma visão que norteou a discussão até agora, nós também entendemos
que não existe a necessidade de não contemplar a remuneração, até porque grande
parte da população que hoje é desassistida, se tivesse programas como esse que
está sendo proposto, teria maiores probabilidades de ajuda em sua renda. Hoje,
foi votada a questão da renda mínima e isso está interligado. Não consigo
conceber por que algumas coisas são dissociadas. Isto está dentro da Emenda nº
01 proposta pela Vera. Maria do Rosário. Somos favoráveis à Emenda nº 47 e
contra a Subemenda nº 01. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 47 ao PLE nº 18/97. A votação será nominal,
por solicitação do Ver. Fernando Záchia. (Após a chamada.) Por 13 votos SIM, 17 votos NÃO, REJEITADA a Subemenda nº 01.
Em votação a Emenda nº 63.
(Pausa.) O Ver. Cláudio Sebenelo solicita votação nominal. (Após a chamada.)
Por 16 votos SIM, 12 votos NÃO, APROVADA a Emenda nº 63.
Em votação a Emenda nº 64. O
Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu quero encaminhar essa Emenda talvez repetindo,
inclusive, o que fiz numa emenda anteriormente.
Nós somos contra essa
Emenda. Achamos que esse tipo de emenda não deve estar no Plano Plurianual. Os
argumentos já foram expostos nesta tarde. No entanto, a nossa Bancada fez uma
negociação política com o Ver. Reginaldo Pujol no que toca à Emenda 63, que não
era, na verdade -, assim me coloca o Vice-Líder, Ver. Renato Guimarães -, de
que havia feito uma discussão das emendas do Vereador. Isso é uma situação
difícil. Sempre é difícil votar em questões com que não se concorda no mérito,
total ou em parte. Mas a Bancada do Partido não vai fechar posição em relação a
essa questão, mais uma vez, em função exatamente de levar até o fim todas as
discussões e negociações políticas que faz em Plenário, porque isso é
fundamental para a relação das bancadas e para o mínimo de segurança na
construção política de opiniões, que nem sempre são aquelas que nós concordamos
desde o início ou concordamos no todo, mas que a discussão e o processo de
Plenário tornam oportuno, adequado e necessário.
Por isso, vamos, diferente,
inclusive, no mérito em relação a outras Emendas, neste caso encaminhar
favoravelmente, mesmo sabendo que a natureza desse tipo de emenda não é, ao
nosso juízo, adequado ao Plurianual, ou seja, a Bancada não vai votar fechada
na questão favorável ou contra. Portanto, ficará em aberto, de acordo com a
posição de cada Vereador, em respeito, inclusive, àquilo que foi discutido
longamente em relação à matéria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação nominal a Emenda nº 64, por solicitação do Ver. Gerson Almeida.
(Após a chamada.) APROVADA por 24
votos SIM, 02 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 65 ao
PLE 18/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Em votação a Emenda nº 66 ao
PLE nº 18/97. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras, nós, o Município, temos
responsabilidade com o ensino básico, temos responsabilidade com os convênios
que a FESC fez com mais de 90 instituições para que as nossas crianças tenham
creches. Nós temos um exemplo de educação infantil nesta Cidade. Nós temos,
inclusive, escolas de 2º grau, o que não é responsabilidade do Município. Não
cabe, pela Constituição Federal, qualquer responsabilidade de ensino de 3º grau
para o Município. Essa é uma responsabilidade do Governo Federal, segundo a
Constituição. Há, inclusive, extremos, como o Paraná, que têm instituições
públicas, de 3º grau do Estado. Mas não podemos assumir nenhuma
responsabilidade pelo ensino de 3º grau. Podemos colaborar e vamos colaborar
como temos feito, até porque existe uma lei aprovada por esta Casa que indica a
questão de um fundo. Mas isso passa por uma discussão sobre as finanças públicas,
porque hoje aprovamos aqui a criação de um programa de renda mínima, aprovamos
aqui uma série de questões importantes e vitais para Porto Alegre.
Portanto, qualquer verba pública para o 3º grau passa por uma
discussão exaustiva sobre todos os investimentos públicos que Porto Alegre
fará. Não podemos, de forma açodada, irresponsável, colocar isso no Plurianual.
Isso passa por uma discussão com todos os segmentos interessados, mas passa por um profundo debate sobre o
lugar que o Município tem nessa questão.
Queremos, sim, chamar as
instituições privadas da Cidade, de 3º grau, que têm enriquecido com a cobrança
de altas taxas. Podem, com suas gorduras, fazer um plano de crédito para os
mais carentes para que paguem, posteriormente, a sua formação.
A Prefeitura tem outras
prioridades que passam na frente. Por isso estamos pedindo que não se coloque
no Plurianual para que a lei que aqui foi aprovada venha para um debate com a
comunidade para que possamos discutir essa questão, mas não obrigar, porque para
mim o que está no Plurianual tem que ser feito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação nominal a Emenda nº 66 ao PLE 18/97, por solicitação do Ver. Adeli
Sell. (Após chamada.) Por 13 votos SIM, 14 votos NÃO, REJEITADA a Emenda
nº 66.
O SR.
PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em votação a Emenda
nº 68 ao PLE 18/97, do Ver. Carlos Garcia, destacada pelo Ver. Renato
Guimarães. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA.
Emenda nº 73 ao PLE nº
18/97, do Ver. Carlos Garcia, destacada pelo Ver. Adeli Sell.
O SR. GERSON
ALMEIDA:
V.Exa. poderia ler o teor da Emenda, por favor?
O SR.
PRESIDENTE: (Lê a Emenda nº 73.)
Com a palavra o Ver. Adeli
Sell para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A criação da Secretaria Municipal de Esportes foi
uma iniciativa da Administração Popular desta Cidade porque o Partido dos
Trabalhadores entende que é fundamental para a construção da cidadania que os homens, as mulheres, os jovens, os idosos
tenham os seus espaços de lazer, de cultura, de desporto. Enfim, nós, os
trabalhadores, todos aqueles que desenvolvem a produção neste País, neste
Estado, nesta Cidade, têm o direito de usufruir o máximo do seu tempo livre.
Para tal, nós, em Porto Alegre, criamos a Secretaria Municipal de Esportes.
Temos a verba de 0,52% do Orçamento. É verdade que não é uma verba fabulosa.
Afinal de contas, nós temos um quantum
no Município em torno de 700 milhões do nosso Orçamento - pagamos os
funcionários públicos, aumentamos de dois em dois meses, temos um investimento
pesado na área da saúde de 14,2%. Enfim, nós estamos aplicando em obras sociais
importantes. Vamos continuar a desenvolver o esporte, o lazer desta Cidade não
apenas com verbas públicas, mas faremos
parcerias com a iniciativa privada, com instituições. Por que não discutir mais
aqui, inclusive propor ao Executivo Municipal uma série de eventos que nós
faremos com outros segmentos que têm as preocupações com o esporte e o lazer da
nossa Cidade?
Não podemos votar no
Plurianual essa proposta do Professor Garcia porque essa não é uma matéria do
Plurianual. Essa poderia ser uma matéria da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Vamos discutir nesta Casa o Orçamento do Município, mas não podemos, no Plurianual,
votar na Secretaria Municipal de
Esportes, sem discussão com as comunidades, sem discussão com os agentes, um
comprometimento de até 1% do Orçamento do Município, aumentando 0,12 % ao ano.
O primeiro erro está no Plurianual; portanto, não cabe ser colocado aqui. Cabe
discutir na Lei de Diretrizes Orçamentárias. E vamos discutir o Orçamento, mas
quero discutir aqui, também, alguns princípios básicos, repetindo e enfatizando
que nós somos os responsáveis por implantar essa Secretaria no Município. Há
debilidades, mas que vão, paulatinamente, sendo corrigidas, melhoradas, e os
Vereadores têm responsabilidade de apresentar projetos aqui, sim, que ajudem a
municipalidade a ter mais esportes, mais lazer e desfrutar o tempo livre. É uma
proposição inorgânica, não cabendo no Plurianual. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Foi dito, aqui, pelo nobre Ver. Adeli Sell que a
dotação da Secretaria Municipal de Esportes é 0,52%. A nossa proposição é um
aumento escalonado da dotação orçamentária de 0,12% a partir de 98 para que,
quando chegar o ano de 2001, a Secretaria Municipal de Esportes pudesse ter uma
receita de 1% do Orçamento. Essa verba é a mesma que o Município investe em
publicidade. Nada contra a publicidade, mas eu entendo que, à medida que nós
investimos mais em esportes, cada vez mais estaremos resolvendo grande parte
dos problemas sociais. Essa é uma situação que me preocupa, como me preocupou a
questão do “Shopping” Cristal que, até agora, não ficou resolvido como vão
ficar aquelas milhares de pessoas que praticam desporto. Nós temos que discutir
isso. Como não há aparte em encaminhamento, quero dizer ao Ver. Pedro Américo
Leal que ouvi o seu aparte anti-regimental e lhe respondo: principalmente a
juventude!
Então, no nosso
entendimento, 0,12% do Orçamento é o mínimo que nós estamos pedindo para a
aplicação no desporto. Peço novamente aos colegas Vereadores, inclusive da
própria Bancada do PT, que acolham em
nome do desporto, porque 0,12% é muito pouco. O dia em que nós trabalharmos
mais pelo desporto eu tenho certeza de que teremos uma população mais saudável,
mais feliz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Muitas vezes o argumento colocado tem tanto
mérito, que não se justifica uma discussão de um assunto que coloca, inclusive,
nas Emendas 74 e 75, a transformação do Estádio Ramiro Souto em complexo
esportivo, recuperando a pista de atletismo, suas dependências, quadras de esporte, a criação de uma
colônia de férias do Município e o aumento de valores repassados à Secretaria
Municipal de Esportes, em tão boa hora
criada, e o único argumento que tem é que é inorgânico. Por ser inorgânico, vai
anular o mérito da extraordinária idéia do Ver. Carlos Garcia de incentivar uma
das coisas menos incentivadas nos órgãos públicos, que é o esporte não de
profissionais, mas de outras pessoas.
Quando vemos um estádio
cheio, com 100 mil pessoas assistindo a um jogo Internacional e Veranópolis,
ficamos preocupados com as pessoas que ficam paradas, em pé, quatro ou cinco
horas sem se exercitar. Mais do que isso, o lazer é a terapia mais importante
que existe. O esporte orientado com professor de Educação Física é a
terapêutica mais importante contra o uso de drogas, contra a vadiagem e outros
problemas de grandes cidades, como a violência, gangues. Podemos minimizar
muitos problemas sociais da juventude, que precisa de um sentido de equipe e de
uma orientação. E o esporte dá com perfeição o que durante tanto tempo nós
esquecemos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal a Emenda
nº 73 ao PLE nº 18/97, por solicitação do Ver. Gerson Almeida. (Após a
chamada.) Treze votos SIM e 13 votos
NÃO.
Diante do empate e de acordo
com o art. 83 da LOM, o Presidente da Câmara ou seu substituto só terá voto na
eleição da Mesa ou em matérias que exigirem, para a sua aprovação, o voto de
desempate. Nessas condições - está em votação, em regime de declaração de votação -, o Presidente tem
que declarar seu voto: declara “sim”. APROVADA
a matéria por 14 votos SIM, 13 votos NÃO.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO (Requerimento): Requeremos verificação
de votação.
O SR.
PRESIDENTE:
Informa-nos a Diretoria Legislativa
que, diante das circunstâncias de a votação ter sido nominal, não cabe a
renovação de votação.
O SR. JOSÉ
VALDIR (Requerimento): Com base no
procedimento anterior, adotado nesta noite, solicito que seja lido o nome dos
Vereadores que votaram “sim” e o nome
dos que votaram “não”.
O SR.
PRESIDENTE:
Deferido. Solicito ao Sr. Secretário que faça a leitura dos votos dos 13
Vereadores que votaram “sim” e dos
13 que votaram “não”, começando, evidentemente, pelo “sim”.
O SR.
SECRETÁRIO:
Votaram SIM: Anamaria Negroni,
Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Elói Guimarães, Fernando
Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Pedro Américo Leal,
Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista.
O SR.
PRESIDENTE: Solicito
ao Sr. 3º Secretário que faça a leitura dos nomes dos Vereadores que votaram
“não”.
O SR.
SECRETÁRIO: Adeli
Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro
Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES (Requerimento): Sr. Presidente, o Processo 1836/97 - PLL nº 114/97 envolve a questão
vinculada aos rodoviários, que estão presentes desde a manhã na Casa. Nesse
sentido, eu pediria a V.Exa. que, na forma do Regimento e dado o caráter
excepcional, inclusive pela necessidade das 48 horas que esse Projeto tem,
interrompesse a votação das Emendas e imediatamente se votasse a matéria já
mencionada.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
Elói Guimarães, nós temos apenas duas Emendas para votar. Eu consulto as
Lideranças sobre a conveniência de se fazer a suspensão dos trabalhos.
O SR. GERSON
ALMEIDA: A
Bancada do PT está de pleno acordo com essa solução, já que não há prejuízo em
continuarmos esta Sessão votando as outras duas Emendas.
O SR.
PRESIDENTE: Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos
às 20h03min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 20h32min): Estão reabertos os trabalhos.
Em votação a Emenda nº 74. O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, mesmo com o avançado da hora, seria uma
irresponsabilidade não debatermos essa questão. Estou um tanto quanto
desapontado com esta Emenda do nobre Ver. Carlos Garcia, pois não tem cabimento
criar em Porto Alegre, sem nominar local, sem dizer em que condições, para que
finalidade, a não ser apontar vagamente os funcionários públicos municipais,
uma colônia de férias. E os outros? E o povo de Porto Alegre? A criação de uma
colônia de férias do Município?
Durante a Administração
Popular criamos a Secretaria Municipal de Esportes. Nós estamos fazendo com que
os nossos parques sejam usufruídos pela municipalidade, dando condições não
apenas físicas, mas também para o treinamento do esporte, do lazer com pessoas
qualificadas da Secretaria, com um corpo técnico pequeno, porém, trabalhador.
Nós estamos vendo nas escolas municipais a Prefeitura fazendo um esforço para que tenhamos os lugares para
usufruto do esporte.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é impossível desistir de debater esta questão, porque temos
responsabilidades com Porto Alegre. O Plano Plurianual não é brincadeira, não
são metas vagas que não tenham um limite, um começo, meio e fim. São metas,
diretrizes, objetivos para quatro anos, coisas que são possíveis de serem
realizadas. Não há orçamento nesta Cidade para fazer tudo o que está sendo
proposto nesse Plurianual. Então, nós não podemos aceitar que cada Vereador,
por pressão da sua corporação, de sua comunidade, venha a colocar no Plurianual
uma série de obras, de realizações, porque teríamos que ter quatro ou cinco
orçamentos.
Nós temos que discutir, sim,
nas Comissões, aqui nesta Casa, a viabilidade dessas obras, dessas realizações
que o próprio Poder Público colocou e que discutiu com as comunidades. Eu
perguntaria: qual o setor, qual a comunidade que, democraticamente, discutiu
essa questão e colocou como prioridade uma colônia de férias em Porto Alegre?
Com todo o respeito à cooperatividade, ao brilho do Ver. Carlos Garcia, mas não
condiz com a sua postura colocar, de uma forma vaga, uma colônia de férias em
Porto Alegre.
Eu quero dizer, Ver. Carlos
Garcia, que não concordo. Não podemos aceitar essa questão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Para encaminhar, tem a palavra o Ver. Carlos Garcia.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, sinto-me momentaneamente ofuscado, mas nem por
isso vamos deixar de debater. Se o nobre Vereador teve oportunidade de ler a
Emenda, deve ter visto que nós tínhamos destinado o Lami, e na CEFOR não passou. Por isso colocamos a criação de
uma colônia de férias. Quando o nobre Vereador fala do povo de Porto Alegre, a
justificativa diz assim: “atender funcionários municipais, alunos da rede
municipal, assim como freqüentadores das unidades da Secretaria Municipal e
FESC”. Quem são os freqüentadores senão o povo? Não acredito que venham pessoas
de outros Estados. Funcionário é povo. No dia em que eu achar que funcionário
municipal não é povo, estarei errado. O que eu entendo não é corporativismo. O
que entendo é que o Município de Porto Alegre tem condições, assim como vários
lugares fazem, porque isso não é algo utópico. É algo perfeitamente factível e
está na hora de proporcionar à população mais carente um local de colônia de
férias para o seu lazer, porque essas colônias de férias atendem diferentes
faixas etárias por períodos de dez, doze dias e muda. E ela pode ser com ou sem
pernoite. Pode ser por turno ou em turno integral. Não estamos limitando. É o
mais amplo possível para que a própria Administração Popular discuta juntamente
com as pessoas que estão pensando nisso a melhor maneira de realizar. Agora,
grande parte dos Municípios desse País que estão preocupados com lazer e
desporto possuem colônia de férias.
Por isso, novamente
encarecemos aos Srs. Vereadores que votem favoráveis à criação de uma colônia
de férias em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 74.
O SR. CARLOS
GARCIA: Solicito
votação nominal, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação nominal a Emenda nº 74 ao PLE nº
18/97. (Após a chamada.) Por 13
votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO, APROVADA a
Emenda nº 74.
Em votação Emenda nº 75. O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, “o Plurianual não é brincadeira”. Eu fiquei
preocupado por ter ouvido essa expressão hoje de tarde, aqui, neste Plenário.
Mas as vezes não é a vulgarização de uma palavra que é o determinante porque,
mesmo que algumas pessoas tenham essa idéia, agem de forma responsável. Mas há
aqueles que não têm a mesma responsabilidade. O Líder da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, Ver. Gerson Almeida, tinha feito um acordo para que, ao se
discutir e votar essas questões, nós pudéssemos votar as outras questões da
pauta na próxima Sessão. Não foi respeitado. É um direito que as pessoas têm de
não respeitar acordos. Mas nós temos agido com lisura aqui nesta Casa e é por
isso que não nos calaremos na votação da última Emenda, porque aqui alguns
Vereadores tentaram, de todas as maneiras, ficar de bem com certos setores da
comunidade para granjear simpatia.
O SR.
PRESIDENTE:
Ver. Adeli, por favor, encaminhe a Emenda.
O SR. ADELI
SELL: Eu
estou encaminhando a Emenda. Porque alguns se
pautam pelo mais baixo corporativismo, não tratam a Cidade como um todo,
quando são Vereadores de toda a Cidade e não apenas de um segmento. O Ver.
Garcia propõe uma Emenda a respeito do Ramiro Souto, mas a maioria das questões
já estão realizadas. A pista está em funcionamento, há uma nova construção. Então,
nós não vamos legislar sobre coisas que já estão realizadas porque isso, no
fundo, com todo respeito, é demagogia. Nós não podemos fazer caridade com o
chapéu alheio.
Nós queremos, com toda a
sinceridade, discutir, até porque o Ver. Garcia é do PSB, compõe a Frente
Popular com o Partido dos Trabalhadores, com
o PPS e outras forças, mas são inaceitáveis essas Emendas que o nobre
Vereador fez. Isso nos deixa constrangidos, mas não será por ser um Vereador de
uma bancada nossa aliada que nós vamos nos calar e deixar de combater aquilo
que nós achamos que não é justo, não é legal e, em última instância, é
demagógico. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, na última intervenção eu disse que eu estava ofuscado; agora, eu
sou demagógico, sou corporativista, mas eu sou daqueles que tem posição firme e
não negocio.
Estão todos convidados à
festa de inauguração do Ramiro Souto, que até agora não foi ainda inaugurado,
porque a questão da luz não está decidida - quem é que ficará com a luz, se a
Secretaria Municipal da Cultura ou a SMAM. Mas no dia 5 será inaugurado um
prédio. Nós estamos pedindo iluminação para todo o Ramiro Souto e eu tenho
certeza que será aprovado hoje porque milhares de pessoas querem fazer esporte.
Se fazer esporte é demagógico, então eu sou demagógico.
Quero, ao mesmo tempo, dizer
que o PSB, em Porto Alegre, não compõe a Frente Popular, embora sejamos amigos,
aliados no campo da discussão ideológica, mas, infelizmente, a nossa prefeita
não se elegeu, a nobre Dep. Maria Augusta. Mas todas as questões no campo
social nós votamos “sim”. Quando nós defendemos a questão do Orçamento
Participativo, isso é princípio do Partido, quando nós votamos a questão da
renda mínima, por que não? Por que não vamos votar? Porque é demagógico? Se é
demagógico lutar pelo desporto, algo que eu acredito e vivencio diuturnamente,
eu sou demagógico.
Portanto, Srs. Vereadores,
gostaríamos de pedir a cada um dos Senhores que vote a favor e, daqui a quatro
anos, talvez nós tenhamos realmente um Ramiro Souto com um complexo esportivo,
com todas as instalações que merece, porque ali milhares e milhares de pessoas
praticam o seu desporto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ
FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Ouvi atentamente o Ver. Carlos Garcia
e fico contente quando ouço, nesta Casa, um Vereador preocupado com o esporte.
Ver. Carlos Garcia, não tem
sido característica do Partido dos Trabalhadores dar a atenção devida ao
esporte. É histórico, acho até que é cultural, dentro desse Partido, esta
dificuldade em lidar com o esporte. Desde a discussão trazida para esta Casa
pelo Ver. Clovis Ilgenfritz em relação ao Estádio dos Eucaliptos, que trazia a
idéia extremamente positiva de se construir para a Cidade um grande centro de
municipal de desporto, nunca avançou. A própria criação da Secretaria Municipal
do Desporto, a sua tramitação nesta Casa foi difícil, e ela já está há quase
três anos implantada e muito pouco tem feito ou timidamente tem atuado. Quando
o Ver. Garcia traz uma solicitação para que possamos alocar recursos no Parque
Ramiro Souto, talvez o parque mais tradicional dentro do Município na prática
esportiva, para que seja viabilizada a prática do desporto, é chamado pelo PT, através do seu Líder Adeli
Sell, de demagogo. Então, eu não entendo mais nada. Um Vereador ter preocupação
pelo esporte, legítimo representante de um povo, que tem uma atenção dirigida a
esse segmento, isso é demagogia?
Ora, temos que ter uma
preocupação pelo desporto na Cidade, porque o desporto se faz, principalmente,
para essa juventude que quer local para praticar as atividades esportivas e não
tem as melhores condições. Quem fala aqui é um ex-Presidente do Conselho
Regional do Desporto, por um ano e meio, quando dirigi esse órgão do
Estado, e eu sei a timidez do Município e do Estado quando se deparam com a
problemática do desporto estadual e municipal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra, o Ver. João Dib para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, o meu profundo agradecimento
à Bancada do PT que retornou ao Plenário e vai-me permitir que eu durma muito
tranqüilo e não tenha que lastimar, depois, de ter feito aqui um discurso
contundente, agressivo, maldoso e que, talvez, eu me arrependesse. Estou contente.
A Bancada esta aí. Eu posso votar com a demagogia do meu amigo Carlos Garcia,
eu posso dizer que a Olimpíada dos Municipários já não se faz mais, e, quando
se criou a Secretaria Municipal de Esportes, de repente é bom ser demagogo e
colocar ali que tem de fazer o Ramiro Souto. Mas é muito melhor votar “sim” ou
“não”. Não faz diferença. É ir para casa absolutamente tranqüilo que aquela
suspensão da votação não teve resultados mais graves. Não deu para entender
outros fatos, mas foi muito bom.
O nobre Vereador Líder do PT
trouxe a sua bancada, foi ludibriado, mas deu tudo certo no final. Cumprimentos
à Bancada do PT, que votou e deu quórum, e esta Câmara, às 2lh, tem 30
Vereadores no seu Plenário dizendo “sim” à Cidade de Porto Alegre, portanto,
“sim” ao Ver. Garcia e seu Ramiro Souto, que, talvez, volte até a ter Olimpíada
dos Municipários. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, realmente, a iniciativa e a Emenda do Ver. Garcia
é uma grande tese. O conjunto desta Casa deveria ter a sensibilidade de aprovar
essa Emenda porque ela se preocupa com um dos maiores espaços esportivos desta
Cidade, que é exatamente transformar o velho Campo dos Cadetes, abandonado,
esquecido, maltratado pela Municipalidade.
A preocupação do Ver.
Garcia, se não aprovada, é realmente uma grave omissão desta Casa em relação ao
setor esportivo e de recreação. Infelizmente, nós não estamos numa comissão de
trabalhos para poder ouvir as angústias e os dramas dos funcionários que atuam
na Secretaria dos Esportes do Município, porque é omissa a Administração
Municipal, porque não implementa as condições necessárias para o
desenvolvimento do esporte no Parque Ramiro Souto, o antigo Campo dos Cadetes.
E aí estão as pessoas para denunciar a omissão do PT. A Prefeitura não
autorizou sequer a pintura das faixas de atletismo no Parque Ramiro Souto.
Negou-se a reformar os pórticos de acesso do Ramiro Souto. E quando um Vereador
da vertente popular deste País se preocupa com a inclusão no Plano Plurianual
de transformar o Parque Ramiro Souto em complexo esportivo... Porque não
adianta falar uma linguagem lá na comunidade, quando está presente a Associação
Bom Fim, a Associação Farroupilha e
outras. Lá eles dizem que vão buscar recursos e aqui vêm e votam contra uma
iniciativa que o PT denomina de demagógica. Omissão é dos que, da bancada do
partido situacionista, bombardeiam, tentam minar as teses sustentadas pelo Ver.
Carlos Garcia nesta Casa.
Ver. Carlos Garcia, a sua
iniciativa tem o reconhecimento da comunidade esportiva e - por que não dizer?
- cultural e recreativa. Porque, na hora de preencher feudos de interesse em
áreas determinadas, Vereadores da bancada situacionista são muito habilidosos
em conduzir. Agora, quando vem a questão do esporte, daí há um esquecimento
completo. Parabéns, Ver. Carlos Garcia. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Está com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo para encaminhar.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Para que V.Exas. vejam como é tratado o
esporte, queria que tomassem conhecimento do ofício que o Sr. Prefeito de Porto Alegre,
pessoalmente, encaminhou a esta Câmara, que, com fulcro no art. 94, decide
vetar totalmente o projeto de lei que institui os jogos metropolitanos estudantis para excepcionais
e dá outras providências. Além disso, neste caso, seria cabível um projeto de
lei autorizativo, ficando a cargo da Administração Pública Municipal a sua
implementação. Uma coisa é conferir reconhecimento oficial e outra é impor a
realização desse tipo de evento através do Poder Legislativo ao Poder
Executivo. Esta é a disputa de beleza que trata o Executivo Municipal na pessoa
do Sr. Prefeito Raul Pont, que assina o ofício. É uma violência contra os jogos
metropolitanos de excepcionais. Essa é a forma de tratar o esporte, e por isso
a Emenda do Ver. Carlos Garcia jamais seria aprovada por uma administração que
estivesse voltada para o esporte. Ver. Carlos Garcia, com esse tipo de exemplo,
certamente, jamais V.Exa. conseguiria o seu intento de fazer com que a
população de Porto Alegre usufruísse do Lami, do Ramiro Souto. Só se for da
iniciativa do PT, porque, se for de sua iniciativa, não vale.
Quando se programa jogos
metropolitanos de pessoas excepcionais em Porto Alegre, é vetado pelo Prefeito
por um só motivo, Sr. Presidente, e vou falar absolutamente dentro do Regimento
e dentro do encaminhamento: é que o Prefeito não entende nada de ser humano.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação a Emenda nº 75 ao PLE 18/97. A votação será nominal, por solicitação
do Ver. Isaac Ainhorn. (Após a chamada.) Por 13 votos SIM e 12 votos NÃO, APROVADA a Emenda.
Srs. Vereadores, amanhã pela manhã, teremos uma reunião da
Mesa com as Lideranças. Poderemos ter a
necessidade de marcar uma reunião extraordinária e temos que ver como encaminhar
o assunto amanhã, às 10h30min.
Gostaria de nos congratular
com todos os Vereadores na pessoa do nosso “Embaixador”.
Como Presidente da Câmara,
digo que a Comissão Especial solicitada pelo Ver. Luiz Braz, no meu ponto de
vista, com todo o respeito aos 11 membros da Comissão, não tem mais nada a fazer do que aquilo que
foi o objeto da sua criação, que era ouvir o ex-Ver. Edi Morelli. De minha
parte, digo que entendo que ela estaria extrapolando a sua função. Mas amanhã
ouviremos mais três pessoas - dois ex-Vereadores e um Vereador.
Em qualquer hipótese, sejam
quais forem os encaminhamentos, queremos deixar a nossa solidariedade ao nosso
querido amigo Adaucto Vasconcelos, que agüentou firme até agora, e gostaríamos
de continuar contando com a sua presença
nesta Casa.
Estão encerrados os
trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às
21h17min.)
* * * * *